Expectativa sobre novo procedimento em Lula derruba dólar; entenda

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Wilton Junior/Estadão

O dólar fechou abaixo de R$ 6 pela primeira vez desde o fim de novembro. Nesta quarta-feira (11), a moeda americana terminou o dia cotada a R$ 5,970.

Segundo analistas de mercado, o dólar despencou após a notícia de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passará por um novo procedimento na manhã desta quinta-feira (12).

O petista será submetido a uma nova intervenção para complementar a cirurgia na cabeça realizada na última terça (10), de acordo com o boletim médico do Hospital Sírio-Libanês. O procedimento, chamado de embolização da artéria meníngea, visa impedir novos sangramentos no cérebro.

Não foi o único indicador do dia que mostra que o “mercado” se anima com a expectativa de piora do estado de saúde do presidente. A hospitalização do presidente tem potencial para introduzir volatilidade no mercado financeiro.

Outro fator que contribuiu para a queda do dólar foi a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevasse a taxa básica de juros. Nesta quarta, o Copom decidiu aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano.

“Não há nada aparente no mercado além disso. Os eventos de mais cedo, como inflação americana e dados de serviço, ocorreram de manhã e não têm o potencial de impacto visto agora”, afirmou André Galhardo, consultor econômico do Remessa Online.

Para Vanei Nagem, sócio-diretor da Pronto Invest, se o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) assumir a presidência, “fica mais fácil” liberar o pacote de corte de gastos.

“Não há outra explicação para este movimento, mesmo com [a reunião do] Copom hoje. O mercado começa a especular que o pacote de corte de gastos pode ser aprovado com o Lula afastado. Se o Alckmin fica no lugar dele, fica mais fácil de liberar esse pacote. Além disso, se discute quanto tempo o vice ficaria na presidência”, disse Nagem.

Com informações da Folha de S.Paulo.

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