O novo inquérito da PF que preocupa partido de Bolsonaro

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, em evento do partido na Alesp. Foto: Marlene Bergamo/Folhapress

A Polícia Federal abriu um novo inquérito para investigar o juiz Sandro Vieira Nunes, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusado de repassar informações confidenciais sobre urnas eletrônicas a aliados bolsonaristas. A investigação preocupa lideranças do Partido Liberal (PL), que temem sanções adicionais à legenda, já multada em R$ 22,9 milhões pelo TSE em 2022 por apresentar contestação baseada em dados falsos sobre o sistema eleitoral.

Nesta quinta-feira (12), três figuras centrais no caso prestaram depoimento à PF em Brasília: Valdemar Costa Neto, presidente do PL; Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro e coronel da reserva; e o próprio Sandro Vieira Nunes, afastado de suas funções pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

De acordo com o relatório da PF, Vieira Nunes teria ajudado o PL a elaborar um documento com acusações infundadas contra as urnas eletrônicas, usado para justificar ações no TSE que colocaram em dúvida a integridade do sistema eleitoral. O juiz é acusado de atuar “de forma ilegal e clandestina” em prol dos interesses bolsonaristas.

Relatório da PF aponta envolvimento do juiz federal Sandro Vieira Nunes em relatório contra urnas eletrônicas. Foto: Reprodução/TSE

Marcelo Câmara é apontado como articulador ativo das narrativas golpistas, enquanto Valdemar Costa Neto é acusado de financiar e apoiar as investidas contra o sistema eleitoral, contribuindo para a propagação de dúvidas sobre os resultados das eleições de 2022.

A preocupação do PL com o novo inquérito vai além do impacto na imagem do partido. Há receios de que as investigações resultem em mais sanções financeiras, comprometendo os recursos da legenda para as eleições presidenciais de 2026. O depoimento de Valdemar Costa Neto será crucial para explicar o papel do partido na trama.

O caso de Sandro Vieira Nunes está diretamente ligado ao inquérito da PF que investiga a organização da trama por tentar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O relatório da PF, já apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF), menciona fatos suficientes para implicar Bolsonaro e ex-assessores, incluindo Vieira Nunes e Marcelo Câmara, no esquema golpista.

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