Braga Netto “deixou de ser militar” e atuou como político, dizem Forças Armadas sobre plano de golpe

O general Walter Souza Braga Netto, preso neste sábado (12) sob a acusação de obstrução de Justiça. Foto: reprodução

Membros da cúpula das Forças Armadas avaliam que o general Walter Souza Braga Netto, preso neste sábado (14) em desdobramento do inquérito que investiga uma trama golpista para impedir a posse de Lula (PT), deixou de atuar como militar e passou a se comportar como político nos episódios apurados pela Polícia Federal (PF).

Para eles, essa postura ficou evidente desde que Braga Netto se tornou candidato a vice-presidente na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, posteriormente, ao assumir uma posição de destaque no PL, conforme informações do Blog do Valdo Cruz, do G1.

“Ele deixou de ser militar, ele virou um político, Braga Netto passou a ter uma atuação política, comandando um partido político”, afirmou um militar, destacando que a prisão do general é muito prejudicial à imagem das Forças Armadas.

Blog do Gilberto Lima: General bolsonarista Braga Netto é preso em operação da PF
Bolsonaro e Braga Netto: Membros da cúpula das Forças Armadas avaliam que o general deixou de atuar como militar. Foto: reprodução

Nos períodos investigados, Braga Netto trabalhava na sede do PL, partido ao qual se filiou para disputar as eleições de 2022. De acordo com a Polícia Federal, era de seu gabinete no partido que ele comandava o planejamento golpista.

Além disso, militares apontam que, segundo a PF, Braga Netto atuou como operador financeiro do esquema, financiando ações de membros das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, para prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Militares de alta patente defendem que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente a denúncia o quanto antes, para transformar os envolvidos no planejamento golpista em réus e esclarecer os fatos. Para esses oficiais, o processo será uma “depuração difícil, mas necessária” para distinguir os militares golpistas daqueles que permaneceram leais ao Estado Democrático de Direito

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