Diagnóstico de Lula não é raro em pessoas idosas, aponta neurologista

lula novo procedimento

Na terça-feira (10), o presidente Lula foi submetido a uma trepanação, que são perfurações feitas no crânio, para drenar uma hemorragia intracraniana, em consequência de um acidente doméstico sofrido pelo presidente em 19 de outubro, quando ele caiu no banheiro da residência oficial e bateu com a cabeça. O diagnóstico de Lula não é grave, mas merece atenção, conforme explica o neurologista Ricardo Martello. 

“O hematoma subdural crônico é causado pela ruptura de veias entre o cérebro e a meninge dura-máter. Após um trauma e com o passar do tempo, o sangue vai se acumulando e causando compressão do tecido cerebral.  Geralmente, é uma hemorragia com bom prognóstico, e o tratamento cirúrgico é eficaz na grande maioria dos casos, mas é comum recidivar. Quando o hematoma recidiva, uma nova cirurgia pode ser indicada, a depender da evolução clínica do paciente, ou ser tratada somente com medicamentos e observação”, detalha Ricardo.

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Lula sentiu os primeiros sintomas na segunda-feira (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O caso clínico do presidente não é raro de acontecer com idosos que sofrem quedas, porém os sintomas não ganham a devida importância, conforme destaca o médico. “Por vezes, são traumas banais. Em alguns casos, o paciente nem se lembra do fato, como bater a cabeça em uma janela, por exemplo”, afirma Martello.

Pessoas idosas devem tomar cuidado, reforça especialista

Qualquer pessoa que sofra uma queda com traumatismo craniano está suscetível a sofrer uma hemorragia intracraniana, porém o diagnóstico é mais comum em idosos. “Esses pacientes possuem uma maior atrofia do tecido cerebral, permitindo assim, que haja um maior deslocamento do cérebro em casos de pequenos traumas, favorecendo a ruptura dessas veias e consequentemente o sangramento. Pacientes que têm atrofia cerebral por outras causas, como etilistas crônicos, portadores de demência e outras doenças neurológicas também têm um maior risco”, explica o neurologista.

Ricardo recomenda que, em caso de queda, o idoso deve procurar uma avaliação médica e, em caso de traumatismo craniano, procurar um neurologista. “Ainda assim, essas hemorragias podem passar despercebidas nos primeiros dias após o trauma, pois o sangramento ocorre aos poucos, de maneira insidiosa, então demora algumas semanas para ocorrer um acúmulo significativo de sangue que cause sintomas e possa ser detectado nos exames de imagem”, alerta Martello.

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