Aprenda a fazer o panetone da Bom Brasileio

O ano era 2012 e um cheiro diferente começava a permear as narinas dos moradores da Rua Oswaldo Cruz. De dentro de uma pequena garagem, o cheiro de pão fresco começava a tomar a rua. Entre receitas herdadas da família e aquelas adquiridas com a experiência da vida, a inquietude criativa de uma jovem em lua de mel com a gastronomia fazia nascer um sonho. A Bom Brasileiro, mesmo antes de ser batizada pela sua fundadora, não era apenas uma padaria, mas uma declaração de amor ao artesanal, à tradição e à inovação.

Após trancar a faculdade de nutrição e mergulhar nos segredos e truques da gastronomia, Cintia Vidal procurou uma especialização em confeitaria e, entre buscas, achou uma em Curitiba. Foi na capital do Paraná que um novo amor foi revelado: a panificação. “Fiquei seis meses lá fazendo o curso. Fui para buscar a confeitaria e me apaixonei pela panificação.”

A paixão pela panificação foi recente, mas a cozinha sempre teve um chamado especial para Cintia. “A minha avó era doceira de tacho, as minhas tias sempre fizeram coisas em casa, por mais que não trabalhassem com isso, sempre foram ativas na cozinha e eu sempre acompanhei”, conta.

Da garagem do prédio da mãe, o negócio cresceu e se expandiu para novos endereços. Hoje, já são quatro lojas e uma unidade principal onde tudo acontece: produção, cursos e a cafeteria. Cintia conta com orgulho que as receitas são criadas e adaptadas das mais diversas origens. “Algumas receitas eu já trazia da minha família, outras eu fui adaptando dos cursos, que eu já gostava de fazer. A gente também foi agregando outras coisas, muitos clientes também trazem coisas para a gente. É muito legal, é uma colaboração muito grande.”

Entre os produtos da Bom Brasileiro, um tem tido um papel de destaque cada vez maior: o panetone. Segundo a Cintia, a receita começou com um panetone comercial, de fermentação biológica, mas não satisfeita, ela resolveu partir para receitas mais desafiadoras. “Eu gosto de processos complexos, de trabalhar com coisas que desafiam um pouco o dia a dia, não são tão fáceis de fazer, mas consequentemente ninguém faz”, disse.

E foi assim, de melhoria em melhoria, que a receita chegou naquela que foi a ganhadora da categoria Quitandas do JF Sabor: o panetone de alambique. Inspirado na tradição italiana, a receita segue processos rigorosos de fermentação natural, mas ganha um toque único e brasileiro: frutas e casquinhas de laranja artesanal embebidas na cachaça de Amburana. “Eu procurei ser o mais fiel possível aos processos tradicionais, mas trazendo o nosso toque de brasilidade.”

Para que a reprodução da receita fique de mais fácil acesso àqueles que queiram se aventurar na cozinha, a chefe Cintia Vidal preparou uma versão com fermentação biológica, que pode ser facilmente encontrada.

Panetone da Bom Brasileiro

Ingredientes
160g de farinha de trigo especial para panificação
5g de fermento biologico seco
70g de água gelada
73g de açúcar cristal
70g de manteiga sem sal
53g de gema de ovo
1,5g de sal
5g de raspas de frutas cítricas (laranja, limão siciliano e mexerica)
1 colher de chá de essência de baunilha
150g de recheio (Chocolate, frutas secas ou outro)

Modo de fazer

Comece a primeira parte. Em uma batedeira com gancho, bata a farinha, o fermento e a água. Até obter uma massa lisa. Acrescente o açúcar, o sal, as gemas, as raspas e a baunilha pouco a pouco. Bata até a massa absorver, ficar lisa e brilhante. Adicione a manteiga em ponto de pomada e bata até a massa ficar homogênea. Em velocidade lenta, agregue o recheio. Se for usar frutas secas a dica é hidrata-las antes com alguma bebida. Boleie a massa e coloque em uma forminha de panetone de papel de 500g. Deixe crescer até ficar um dedo da borda da forma. Asse em forno pré aquecido a 160ºC, por mais ou menos 40 minutos ou até ficar bem dourado. Assim que sair, fure a base da forma com dois espetos de churrasco, deixe esfriar de cabeça para baixo. Sirva e aproveite.

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