UFLA é investigada por irregularidades em contratos de R$ 46 milhões

Universidade Federal de Lavras (UFLA). Foto: Divulgação

A Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (Fundecc), vinculada à Universidade Federal de Lavras (UFLA), está sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) e por uma auditoria interna da universidade, que identificou possíveis irregularidades em contratos que somam R$ 46 milhões. O caso envolve suspeitas de fraude em licitações e vínculos entre empresas contratadas e a gestão da instituição.

De acordo com o parecer da Procuradoria, as irregularidades teriam ocorrido durante a gestão do atual reitor da UFLA, José Roberto Soares Scolforo, que já responde a um processo de improbidade administrativa desde 2014. Na época, ele foi acusado de fraudes em contratos relacionados à universidade.

A auditoria apontou diversas irregularidades, como vínculos entre sócios das empresas contratadas e a universidade, pesquisas de mercado realizadas com as mesmas empresas que foram posteriormente contratadas, a falta de divulgação ampla das licitações e subcontratações, nas quais o serviço principal era prestado por empresas terceirizadas.

A Fundecc é responsável por executar projetos em áreas como gestão de terceirizados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e programas da Agência Nacional de Águas (ANA). Atualmente, a fundação negocia um contrato de R$ 32,5 milhões com o Ministério dos Transportes, com liberação inicial de R$ 3 milhões.

Nos últimos dois anos, a família de Scolforo movimentou aproximadamente R$ 4,7 milhões em imóveis em Lavras. Entre os bens adquiridos estão 11 apartamentos avaliados em R$ 3,4 milhões e um sítio comprado por R$ 506 mil. Parte das transações foi registrada em nome de seus filhos e de uma holding familiar, cujo e-mail de contato está vinculado ao próprio reitor.

José Roberto Soares Scolforo. Foto: Divulgação

Reeleito em 2024, Scolforo já havia ocupado o cargo de reitor entre 2012 e 2020, além de ser pró-reitor de pesquisa na época de um contrato firmado com o governo de Minas Gerais, também investigado por fraudes. Naquele caso, o MP alegou que empresas inexistentes foram contratadas.

Outro nome citado na auditoria é Samuel Rodrigues, sócio de empresas que prestaram serviços para a Fundecc desde 2014. Rodrigues também ocupou cargos na universidade, tendo sido subordinado a Scolforo.

A UFLA informou, por meio de nota, que os contratos da Fundecc seguem as normas legais e passam por auditorias regulares. A instituição ressaltou que o sigilo do processo é necessário para garantir a integridade das investigações e o direito de defesa.

O reitor Scolforo e o empresário Samuel Rodrigues foram contatados pela reportagem, mas não responderam aos pedidos de entrevista até o fechamento desta matéria.

Fundada em 1963, a Universidade Federal de Lavras conta com 9.360 alunos e é reconhecida pela excelência em ciências agrárias. No Ranking Universitário Folha (RUF), ocupa a 4ª posição entre as universidades de Minas Gerais e a 26ª no Brasil.

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