Braga Netto foi preso em casa no edifício ‘El Cid’, erguido em 1964, ano do golpe militar

Montagem de duas fotos da fachada do edifício El Cid
O prédio do qual Braga Netto saiu preso, conhecido como El Cid – Fabiano Rocha/Jornal O Globo

A prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato à vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro (PL), pela Polícia Federal, trouxe à tona detalhes curiosos sobre o edifício onde ele reside, na Rua Figueiredo Magalhães, 353, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Do jornal O Globo.

O prédio, conhecido como El Cid, foi construído em 1964, ano do golpe militar que marcou o início de um período de 21 anos de regime militar no Brasil. O Brasil só voltaria a ser governado por um civil em 1985, quando o então vice-presidente José Sarney assumiu o lugar de Tancredo Neves, eleito indiretamente, mas que faleceu antes da posse.

Braga Netto e o ex-presidente Jair Bolsonaro estão entre os 37 indiciados pela Polícia Federal em uma investigação concluída em novembro. Ambos são suspeitos de envolvimento em crimes como abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.

A operação que levou à prisão do general foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo as investigações, ele teria tentado interferir no inquérito, buscando acesso a informações da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

O edifício onde o general mora chama-se El Cid, uma referência ao militar espanhol Rodrigo Díaz de Vivar, conhecido como “O Senhor” e lembrado por sua luta pela reunificação da Espanha no século XI. Um apartamento no prédio está listado para venda por R$ 1,725 milhão, com condomínio mensal de R$ 3,5 mil, segundo informações de uma corretora.

general Walter Braga Netto cabisbaixo, acompanhado de agentes
General Walter Braga Netto sendo levado por policiais – Reprodução/TV Globo

A ação da Polícia Federal foi discreta, a ponto de muitos moradores e funcionários do edifício não perceberem a movimentação no momento da prisão. Um porteiro, que preferiu não se identificar, contou ao jornal O Globo que soube do ocorrido pela imprensa e relatou que os moradores comentaram o caso pelos corredores:

“Eu não estava aqui na hora, mas o outro rapaz disse que tomou um susto quando o viu saindo preso. Os moradores estão comentando também que souberam pelo noticiário”.

Uma moradora, que também não revelar sua identidade, disse ter ficado surpresa ao saber da prisão: “Eu estava dormindo quando ele foi preso. Acordei, vi a notícia na internet e fiquei bastante surpresa. É uma pessoa que a gente conhece, né? Então é estranho pensar que ele saiu daqui preso”.

Outra pessoa que reside no prédio afirmou só ter tomado conhecimento da prisão horas depois. “Fim de semana não costumo ficar acompanhando muito o noticiário, aí acordei, fiz as minhas coisas, e lá por volta das 12h fui ficar sabendo da prisão”, comentou.

Valmar Moura, que trabalha em uma banca de jornal em frente ao prédio, revelou que a prisão de Braga Netto não causou alvoroço na região: “Cheguei, fui falar com o pessoal que também trabalha por aqui, e eles me perguntaram se eu estava sabendo que ele foi preso. No geral, a movimentação tá normal, isso não causou nenhum alvoroço”.

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