B3 vê crédito privado menos aquecido, mas demanda deve continuar, diz CFO

Bolsa pregão

A B3 (B3SA3) espera um ano menos aquecido do que 2024 para o mercado de crédito privado, mas acredita que a demanda por esse tipo de investimento continuará.

“O investidor não terá muitas outras opções de alocação. A renda fixa continuará sendo um instrumento que atrai capital, então haverá demanda. Consequentemente, haverá oferta”, afirmou o CFO André Milanez, em entrevista coletiva ao término do B3 Day, na sede da Bolsa, em São Paulo.

“Pode haver um nível de atividade um pouco diferente do que foi neste ano devido a essa conjuntura um pouco diferente. Mas eu não acho que isso mudará radicalmente. Esse mercado continuará existindo e seguirá bastante saudável”, afirma.

Com a retomada e aceleração do ciclo de alta de juros, as empresas estão sendo desafiadas a emitir títulos que remunerem mais do que a renda fixa pública.

“Muitas empresas refinanciaram suas dívidas captando recursos do mercado local e pagando dívidas do mercado internacional, por exemplo. Dependendo desse cenário de juros, parte dessas operações que já aconteceram não deve se repetir”, explicou.

Sem expectativas de mudanças tarifárias

A tarifa não pode ser uma barreira de entrada para o investidor na B3 e é um tema que a empresa acompanha de perto, afirmou Milanez.

“Na nossa visão, isso nunca pode ser um obstáculo ao aumento de volumes. Então, se em algum momento sentirmos que a tarifação está impedindo um investidor de fazer seu negócio, abrir uma conta ou negociar um produto, revisaremos isso”, disse.

No entanto, o executivo afirma que não há, para o ano que vem, qualquer agenda de mudança de tarifa, ao menos por enquanto. “Acho que não existe nenhum problema dessa natureza que precisemos endereçar e não acho que a tarifação será algo que impedirá o sucesso dessa iniciativa de dar acesso aos nossos mercados para o investidor estrangeiro”, afirmou.

A B3 quer trazer a pessoa física que reside fora do país para o mercado de capitais brasileiro, mirando em um potencial de 250 mil investidores com esse perfil.

“Havia algumas questões que foram trabalhadas junto aos reguladores. Nossa expectativa é que boa parte desses obstáculos esteja completamente resolvida ainda este ano e que já consigamos começar a oferecer nossos produtos para o investidor pessoa física estrangeiro no primeiro semestre de 2025”, disse.

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