Dinheiro para os kids pretos e reunião: a versão de Braga Netto sobre trama golpista

O general Walter Braga Netto, preso no último sábado (14) sob a acusação de tentar obstruir as investigações. Foto: reprodução

O general Walter Braga Netto, preso no último sábado pela Polícia Federal (PF) sob acusação de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e obstrução de investigações, mudou de advogado e já definiu sua estratégia de defesa.

Segundo o novo defensor, José de Oliveira Lima, o militar não pretende recorrer à delação premiada, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo. Interlocutores da família do general afirmam que ele confia na reversão de sua prisão ao apresentar sua versão dos dois episódios que mais complicam sua situação.

O primeiro envolve uma reunião em novembro de 2022, realizada em seu apartamento em Brasília, com oficiais das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”. De acordo com a PF, o encontro visava a execução de um plano golpista.

Braga Netto, no entanto, afirma que o evento foi apenas um momento para tirar uma foto com o coronel Raphael Oliveira, um dos militares envolvidos na operação chamada Copa 2022.

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Bolsonaro e Braga Netto: advogado diz que o militar não planeja partir para a delação premiada. Foto: reprodução

A explicação de Braga Netto sobre a foto é sustentada pela delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Porém, na avaliação do general, a credibilidade de Cid não vai além desse ponto.

Em seu último depoimento à PF, em 5 de dezembro, Cid afirmou que Braga Netto entregou dinheiro para financiar golpistas em uma caixa de vinho e tentou descobrir, por meio do general Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, informações sobre o conteúdo de sua delação. A PF interpretou essa ação como tentativa de obstrução da Justiça.

Braga Netto, por outro lado, argumentará que Cid teria feito tais declarações sob pressão. Ele também irá questionar por que os fatos não foram mencionados em depoimentos anteriores de Cid.

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