“Bolsonaro” é preso acusado de levar R$ 90 milhões do PCC com comparsa

Gritzbach, o delator do PCC assassinado

Os policiais civis Valdenir Paulo de Almeida, de 58 anos, conhecido como Xixo, e Valmir Pinheiro, de 55 anos, apelidado de Bolsonaro, foram detidos em setembro deste ano pela Polícia Federal. Eles são acusados de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e associação criminosa. Ademais, a dupla é suspeita de ter roubado 15 casas-cofre do Primeiro Comando da Capital (PCC), de onde teriam subtraído aproximadamente R$ 90 milhões.

De acordo com um relatório confidencial da Polícia Federal, Xixo e Bolsonaro invadiram esses locais sem autorização judicial. Essas casas-cofre, utilizadas pelo PCC para esconder armas, drogas e dinheiro, muitas vezes contêm grandes quantidades de dinheiro ocultas em paredes falsas ou bunkers especialmente construídos.

Em uma ocorrência relatada em 25 de dezembro de 2023, ambos tentaram assassinar Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, um empresário de 38 anos, após descobrirem que ele poderia ter sido interrogado sobre as casas-cofre. Gritzbach foi morto em 8 de novembro no aeroporto internacional de Guarulhos.

Pouco antes de sua morte, ele havia denunciado à justiça paulista cinco policiais civis por corrupção, resultando na prisão de quatro destes, incluindo o delegado Fábio Baena Martin e os investigadores Eduardo Monteiro, Marcelo Souza e Marcelo Ruggieri. O quinto policial, Rogério Almeida Felício, está foragido.

O roubo das casas-cofre resultou em uma série de assassinatos entre membros do PCC, que acreditavam que o dinheiro havia sido roubado por seus próprios integrantes. O grupo criminoso agora jurou matar Xixo e Bolsonaro, e prometeu que, se eles forem soltos, serão assassinados nas ruas.

Além disso, a investigação da Polícia Federal revelou que Xixo e Bolsonaro, que eram parte do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico), exibiram uma movimentação financeira suspeita em suas contas bancárias, incompatível com seus salários oficiais. Xixo movimentou mais de R$ 16 milhões, enquanto Bolsonaro registrou transações de mais de R$ 13 milhões.

Ambos foram alvos da Operação Face Off, na qual tiveram seus sigilos bancário, telefônico e telemático quebrados. Esta operação também identificou que eles são suspeitos de receber R$ 800 mil de dois traficantes responsáveis pelo envio de toneladas de cocaína para a Europa.

O juiz Paulo Fernando Deroma de Mello decretou a prisão preventiva dos dois, e suas ações continuam sob investigação intensiva da PF e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).

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