PF: Delegacia-Geral de Polícia de SP é suspeita de receber propina do PCC

Parede da Delegacia Geral de Polícia de SP, órgão investigado por receber propinas do PCC. Reprodução

Frases enviadas por mensagens de WhatsApp pelo investigador Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como Xixo, preso pela Polícia Federal (PF), sugerem envolvimento da Delegacia Geral de Polícia (DGP) com benefícios financeiros provenientes do narcotraficante Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta. O conteúdo das mensagens foi revelado em investigações relacionadas ao assassinato de Cara Preta em 2021. Com informações do UOL.

Xixo, de 58 anos, foi preso em setembro deste ano junto com o investigador Valmir Pinheiro, apelidado de Bolsonaro. Ambos são acusados de receber R$ 800 mil em propinas de João Carlos Camisa Nova Júnior, conhecido como Dom Corleone, outro narcotraficante com ligações ao PCC. A Polícia Federal identificou movimentações financeiras suspeitas e mensagens comprometedoras no celular de Xixo.

Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta -Foto: Reprodução

Investigações

Segundo a investigação, Xixo escreveu que “a DGP vai ficar triste” após o assassinato de Cara Preta, insinuando que a cúpula da polícia civil teria perdido uma fonte de recursos financeiros. Em outra mensagem, recebida de um policial do Denarc, foi comentado que “tem colega que vai ficar sem o salário mensal”, reforçando suspeitas de propinas regulares.

Mensagens trocadas por Xixo, um dos delatados por Gritzbach – Foto: Reprodução
Mensagens trocadas por Xixo, um dos delatados por Gritzbach – Foto: Reprodução

Quatro policiais civis foram presos na operação, incluindo o delegado Fábio Baena Martin e os investigadores Eduardo Monteiro, Marcelo Souza e Marcelo Ruggieri. Monteiro, parente de uma ex-corregedora-geral, também aparece em diálogos com Xixo sobre bens do empresário Gritzbach, delator no caso.

Policial foragido e movimentações suspeitas

Rogério Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, ex-segurança do cantor Gusttavo Lima, está foragido. Há rumores de que ele tenha deixado o país por meio de um avião particular e esteja atualmente em Dubai, nos Emirados Árabes. Ele é apontado como um dos envolvidos no esquema.

O policial civil Rogério de Almeida Felício e o cantor bolsonarista Gusttavo Lima – Foto: Reprodução

A investigação também apurou que Xixo e Bolsonaro desviaram R$ 90 milhões de 15 casas-cofre pertencentes ao alto escalão do PCC. Esses locais, usados para armazenar dinheiro, drogas e armas, possuem estruturas ocultas, como bunkers e paredes falsas, para despistar as autoridades.

As contas bancárias de Xixo registraram movimentações de R$ 16,2 milhões entre 2017 e 2023, apesar de seu salário líquido na Polícia Civil ser de R$ 5.165. Bolsonaro, no mesmo período, movimentou R$ 13,6 milhões, enquanto recebia R$ 7.000 líquidos por mês. Ambos são acusados de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

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