Dividendos da Petrobras, “pauta-bomba”, Campos Neto, balanços e mais assuntos

A semana começa com a definição por parte da Petrobras do pagamento de 50% dos dividendos extraordinários, o que vai render R$ 22 bilhões em recebimentos adicionais aos seus acionistas. O valor será levado à assembleia na quinta-feira.

Na política, o governo Lula busca ampliar negociações com o Congresso para evitar que projeto de “pauta-bomba” de R$ 70 bilhões avance. Segundo o Estadão, a gestão petista planeja atuar em várias frentes para evitar aprovação de projetos em meio a crise na relação com Congresso.

Entre os indicadores, atenção na semana à divulgação do PIB do 1º trimestre dos EUA, na quinta-feira, e da inflação PCE de março, na sexta-feira, que prometem adicionar mais volatilidade aos mercados. Já temporada de balanços americana tem como destaque a divulgação de resultados da Tesla, Meta Platforms, Microsoft e Alphabet nesta semana.

Por aqui, a Usiminas dá o pontapé inicial na temporada de balanços amanhã e Vale divulga resultados na quarta-feira. Na frente dados, sai o Índice de Preços ao Consumidor Amplo parcial (IPCA-15) na sexta-feira.

Enquanto isso, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, fala em dois eventos marcados para esta segunda-feira.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com ganhos, em início de semana movimentado para os mercados, com lucros corporativos e dados econômicos previstos para os próximos dias. Embora os principais índices permaneçam perto de máximos históricos, as ações têm sofrido volatilidade nas últimas semanas, num contexto de renovadas tensões geopolíticas no Oriente Médio e de fortes dados econômicos que suscitaram novos receios em torno das pressões inflacionárias.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Dow Jones Futuro: +0,48%

S&P 500 Futuro: +0,55%

Nasdaq Futuro: +0,64%

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mistos, com parte deles se recuperando em meio a um alívio das tensões no Oriente Médio. OS chineses, porém, caíram após o banco central local mais uma vez deixar suas principais taxas de juros inalteradas.

Na China continental, os mercados ficaram no vermelho após o BC do país, o PBoC, deixar seus juros principais intocados pelo segundo mês seguido, embora o Produto Interno Bruto (PIB) chinês tenha crescido bem mais do que o esperado no primeiro trimestre.

Shanghai SE (China), -0,67%

Nikkei (Japão): +1,00%

Hang Seng Index (Hong Kong): +1,77%

Kospi (Coreia do Sul): +1,45%

ASX 200 (Austrália): +1,08%

Europa

Os mercados europeus operam sem direção única, após uma semana marcada pelas incertezas, devido às contínuas tensões no Oriente Médio e a uma reavaliação das expectativas das taxas de juro.

FTSE 100 (Reino Unido): +1,38%

DAX (Alemanha): +0,45%

CAC 40 (França): +0,20%

FTSE MIB (Itália): -1,02%

STOXX 600: +0,36%

Commodities

Os preços do petróleo operam em baixa, à medida que o petróleo nos EUA aumenta e as preocupações com o corte das taxas de juros vêm à tona.

As cotações do minério de ferro na China fecharam no vermelho, pressionados pela diminuição das esperanças de mais estímulos chineses, pelos altos estoques portuários e pelos riscos de uma possível intervenção governamental após uma alta de preços na semana passada. O minério de ferro de referência para maio, SZZFK4, na Bolsa de Cingapura, estava 0,6% mais baixo, a US$ 115,75 a tonelada.

Petróleo WTI, -0,31%, a US$ 82,88 o barril

Petróleo Brent, -0,61%, a US$ 86,76 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 0,06%, a 866,50 iuanes, o equivalente a US$ 119,62

Bitcoin

  • Bitcoin, +1,84% a US$ 65.894,00 (em relação à cotação de 24 horas atrás)

2. Agenda

A agenda da semana tem como destaque o Índice de Preços ao Consumidor Amplo parcial (IPCA-15), no Brasil, e o PIB, nos Estados Unidos.

Brasil

11h15: Roberto Campos Neto, presidente do BC, concede palestra no Legend Day, promovido pela Legend Capital

14h30: Campos Neto dá palestra no Seminário Brasil Hoje, promovido pela Esfera Brasil

15h: Balança comercial semanal

EUA

9h30: Índice de Atividade Nacional (CFNAI)

Zona do Euro

11h: Confiança do consumidor

3. Noticiário econômico

Dividendos da Petrobras devem render R$ 6 bi ao governo Lula

O Ministério da Fazenda espera arrecadar R$ 6 bilhões com a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras retidos em março. O valor pode dobrar – e chegar a R$ 12 bilhões – se os dividendos forem pagos integralmente. A decisão será formalizada em reunião da assembleia da estatal, na próximo quinta-feira 25.

Com serviços rígidos e incerteza fiscal, cresce risco de IPCA 2025 superar o de 2024

A inflação pode não só diminuir menos do que se esperava como também voltar a acelerar na passagem de 2024 para 2025 – este último, o ano de maior peso nas decisões de política monetária. Embora ainda longe de ser predominante, esse risco tem crescido nos cenários de economistas do mercado, devido a uma combinação de fatores: rigidez da inflação de serviços, dólar mais alto por incerteza com os juros dos Estados Unidos e chance de pressão em alimentos.

4. Noticiário político

Supremo mantém decisão do TSE que multou Bolsonaro por impulsionamento ilegal

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a decisão individual do ministro Flávio Dino que negou recurso de Jair Bolsonaro para anular a decisão que condenou o ex-presidente ao pagamento de R$ 70 mil por impulsionamento ilegal durante a campanha eleitoral de 2022. O impulsionamento ilegal ocorre quando um candidato paga anúncios em sites para fazer propaganda negativa contra seu adversário.

5. Radar Corporativo

Embraer (EMBR3)

A Embraer (EMBR3) entregou 25 jatos no primeiro trimestre de 2024 (1T24), um aumento de 67% em relação ao 1T23, quando foram registradas 15 aeronaves. 

Cosan (CSAN3)

A Cosan (CSAN3) anunciou a venda de 33,52 milhões de ações de emissão da Vale (VALE3), representando aproximadamente 0,78% do capital social votante da mineradora. A venda resultou na quitação de aproximadamente R$ 2 bilhões do saldo remanescente do endividamento e na liquidação dos derivativos atrelados às ações vendidas, ambos parte da estrutura de collar financing contratada pela Cosan.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)

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