Veja os fatos que “fizeram preço” para os assessores de investimentos em 2024

Duas pessoas sentadas em lados opostos da mesa com um gráfico de fundo

A incerteza com o cenário fiscal marcou o 2024 do mercado financeiro. Fatores como o ciclo de alta da Selic, níveis recordes do câmbio e curva de juros cada vez mais acentuada exigiram – e muito – do assessor de investimentos.

Mas o ano deste profissional também foi de mudanças na regulação, avanços em pleitos antigos e reconhecimento para os destaques do mercado.

Confira alguns dos fatores que “fizeram preço” no dia a dia dos assessores de investimento em 2024.

Mudança de humor no mercado

O ano de 2024 começou com o ciclo de corte de alta da Selic em curso, mas incertezas com o cenário fiscal ganharam força e o Banco Central optou pelo aperto monetário. De julho para cá, a taxa de juros subiu de 10,50% para 12,25% ao ano – cenário que exigiu maior atenção dos profissionais do mercado.

“O ano de 2024 exigiu muito das assessorias de investimento”, Rodrigo Macarenco, sócio responsável pela área de wealth planning da Manchester Investimentos. “Diante disso, houve uma migração massiva de recursos para a renda fixa, privilegiando os grandes bancos e seus títulos (CDB, LCI, LCA) atrelados ao CDI. Investimentos em renda variável, fundos multimercado e alternativos perderam espaço neste cenário”, explica.

Sim, mais um ano da renda fixa

“Desde 2020, estamos vivendo anos desafiadores do ponto de vista de alocação”, reflete Luise Coutinho, head de produtos e alocação da HCI Invest. “Não imaginávamos que 2024 seria novamente o ano em que a renda fixa seria o grande destaque, pois no início de 2024, as projeções indicavam que continuaríamos o ciclo de corte de juros, sendo favoráveis para outras classes de ativos”, completa.

Leia também: As variáveis para uma boa alocação de ativos, segundo Luise Coutinho, da HCI Invest

Em meio a preocupações com a política fiscal no Brasil, deterioração do cenário doméstico interno e queda do Ibovespa, o apetite dos investidores por produtos de renda variável caiu para o menor nível do ano, mostrou pesquisa com assessores da XP, divulgada na semana passada.

Recuperações judiciais

O ano também foi marcado por um elevado número de recuperações judiciais. Até agosto, os registros mais do que dobraram na comparação com o mesmo período de 2023. Eventos como este também demandaram atenção redobrada dos assessores.

“Os juros altos comprometem a saúde de empresas que estão alavancadas e não conseguem reestruturar suas dívidas. Por isso, durante o ano tivemos alguns eventos de crédito, principalmente entre os high yield (que são títulos de dívida com maior risco e, em geral, maiores taxas)”, aponta André Meirelles, diretor de alocação da InvestSmart. “Nesses períodos a presença de um bom assessor de investimentos, que esteja acompanhando o mercado e notícias, é essencial para ajudar o cliente no momento de escolher ativos saudáveis e entender o risco de cada forma de aplicação”, detalha.

Maior transparência

Entraram em vigor, no início de novembro, as novas diretrizes previstas na resolução 179 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), já conhecida no mercado financeiro como resolução da transparência.

Entre outras medidas, a norma exige que intermediários do mercado de valores mobiliários – assessores, consultores, escritórios de investimentos e corretoras, por exemplo – divulguem aos seus clientes suas remunerações e potenciais conflitos de interesse.

“As alterações buscam promover transparência para toda cadeia de distribuição e dotar os investidores de informações importantes para sua tomada de decisão e acompanhamento de seus investimentos, em especial em um cenário de acirrada competição”, explica Antonio Berwanger, superintendente de desenvolvimento de mercado da CVM.

Assessores de investimentos no Simples

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu, no início de dezembro, o recurso da Associação Brasileira dos Assessores de Investimento (Abai) sobre o enquadramento dos profissionais no Simples Nacional. A corte determinou o retorno dos autos ao tribunal de origem para a realização de um novo julgamento.

“Diferentemente das corretoras, que são instituições financeiras que têm como atividade a intermediação de operações em Bolsas de Valores, os agentes autônomos desenvolvem atividade intelectual que, basicamente, consiste na intermediação entre os clientes e as corretoras”, aponta o recurso. “As corretoras detêm os produtos financeiros, cabendo aos agentes autônomos captar clientes e realizar a venda dos aludidos produtos”, segue o texto.

Leia mais: STJ aceita recurso de assessores de investimentos sobre adesão ao Simples

Os melhores do mercado

A XP realizou mais uma edição do Brazil Advisor Awards, premiação que reconhece os assessores e assessorias de investimentos que se destacaram em 12 categorias. A Ável Investimentos, escritório com mais de 30 mil clientes e cerca de R$ 13 bilhões sob custódia, foi eleito o melhor do País.

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