Ações da Brava Energia sobem com avaliação de venda de ativos e retomada de produção

As ações da Brava Energia (BRAV3) disparam nesta sexta-feira (27) após a companhia afirmar que negocia mandato com dois bancos para assessorar na avaliação de potenciais transações de parceria ou venda de ativos. A empresa também informou que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) autorizou a retomada da produção no campo de Papa-Terra.

O papel valorizou 10% no pregão até a publicação da reportagem.

Em fato relevante, a companhia disse sobre a produção de Papa-Terra que agora “iniciará os preparativos para retomada da produção, cuja previsão é no início da próxima semana”.

Em outubro, a Brava Energia havia informado que a previsão era retomar a produção no campo de Papa-Terra em dezembro.

A Brava interrompeu a produção do campo em 4 de setembro a pedido da ANP para prestar esclarecimentos sobre a quantidade de pessoas a bordo e sobre atividades de manutenção.

Um outro comunicado publicado pouco antes esclarece uma notícia publicada pelo blog Pipeline do Valor Econômico, citando que a empresa adiou o prazo de recebimento de propostas por seus ativos onshore a pedido dos interessados.

“A Companhia está negociando mandato com dois bancos para assessorar na avaliação e potenciais transações de parceria ou venda de ativos, conforme recomendação do conselho de Administração”, disse o documento.

O Itaú BBA é um desses bancos, de acordo com uma fonte próxima das negociações.

A Brava ressaltou que “não há neste momento qualquer acordo para vender ativos”, com exceção do contrato de exclusividade para potencial venda de 11 concessões de óleo e gás no Rio Grande do Norte e da infraestrutura de midstream de gás no Rio Grande do Norte junto à PetroReconcavo

Mas afirmou que um destes bancos com quem está tratando apresentou teaser sobre os ativos onshore da companhia a potenciais interessados, a partir de informações públicas, e agendou para o dia 9 de janeiro de 2025 a data de recebimento de propostas. Não ficou claro se o Itaú BBA era esse banco.

Analistas do JPMorgan estimam que os ativos onshore podem valer cerca de 1,4 bilhão de dólares.

Na semana passada, a Brava afirmou não há qualquer acordo para venda do Polo Potiguar para PetroReconcavo após o jornal O Globo publicar que a Brava tinha chegado a um acordo para vender os ativos do Polo Potiguar para a companhia em um negócio que giraria em torno de 13 bilhões de reais.

Ainda de acordo com a reportagem, do Pipeline, por enquanto, há cinco interessados na mesa, que podem efetivamente fazer proposta no início do mês, incluindo a Eneva, a Pluspetrol, a PetroReconcavo, a Origem e outra estrangeira de menor porte, conforme fontes com conhecimento do assunto.

Os analistas do JPMorgan comentaram que gostam de ver a Brava avançar com seu programa de otimização de portfólio, o que pode ajudar a empresa s focar em seus principais ativos offshore, que também podem exigir investimentos pesados, com novas revitalizações até 2026-27.

Também avaliam que a movimentação pode fazer a companhia se tornar um gerador de fluxo de caixa livre positivo mais cedo do que o esperado, conforme nota enviada a clientes nesta sexta-feira.

A equipe do banco norte-americano calcula que, se a Brava obtiver cerca de 1,5 bilhão de dólares com a venda desses ativos, a alavancagem pode atingir em torno de 0,8 vezes a dívida líquida/Ebitda até o final de 2025.

Por volta de 12h20, as ações da Brava Energia disparavam 8,38%, a 22,11 reais, liderando com folga as altas do Ibovespa, que cedia 0,22%. Na máxima, os papéis chegaram a 22,52 reais (+10,39%).

O Itaú BBA não comentou o assunto.

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