Espanha julga extradição do bolsonarista foragido Oswaldo Eustáquio

A Justiça espanhola iniciou o processo de análise do pedido de extradição do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, solicitado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Acusado de envolvimento em atos antidemocráticos, Eustáquio está foragido desde 2022 e atualmente reside na Espanha, onde também solicitou asilo político.

O processo de extradição, protocolado pelo ministro Alexandre de Moraes em outubro, aguarda uma decisão preliminar da Justiça espanhola. Inicialmente, as autoridades locais verificam se os termos do pedido brasileiro atendem às normas internacionais. Caso haja base legal, o caso será encaminhado ao governo da Espanha; do contrário, será devolvido.

Eustáquio é investigado no âmbito do inquérito das milícias digitais e da disseminação de fake news, ambos conduzidos pelo STF. Em dezembro de 2022, Moraes determinou sua prisão, atendendo a um pedido da Polícia Federal. Além disso, ele é acusado de promover manifestações que defendiam a intervenção militar e o fechamento do Congresso e do STF, o que é inconstitucional.

O blogueiro também foi alvo de operações da PF em agosto de 2023, que investigaram ameaças e tentativas de obstrução de investigações. Segundo a PF, Eustáquio teria usado perfis de redes sociais pertencentes a crianças e adolescentes, incluindo sua filha, para intimidar agentes federais e dificultar as apurações.

Entre as medidas adotadas na operação de agosto, a Justiça decretou novamente a prisão de Eustáquio e do também blogueiro Allan dos Santos, ambos considerados foragidos. Segundo a PF, a filha de Eustáquio teria sido usada para alertar, via redes sociais, sobre a presença de policiais em sua residência durante uma operação de busca e apreensão.

Desde que deixou o Brasil, Eustáquio passou por Paraguai, Argentina, Inglaterra e, finalmente, estabeleceu-se na Espanha. À CNN, ele negou ser foragido e afirmou que não acredita na possibilidade de extradição. Apesar disso, as autoridades espanholas já deram um aval inicial ao pedido brasileiro, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Globo.

A análise do caso ainda está em fase preliminar e não há previsão para uma decisão definitiva. Caso a extradição seja aprovada, caberá ao governo espanhol decidir sobre o retorno de Eustáquio ao Brasil, onde enfrentará as acusações.

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