JF 60+: o que esperar para os próximos 4 anos?

A minha expectativa profissional ao aceitar o convite feito pela querida e competente jornalista Marise Baesso com o aval do editor-geral do jornal Tribuna de Minas, o também jornalista e muito competente Paulo Cesar Magella, para ter uma coluna semanal nas páginas deste importante jornal, era e continua sendo, contribuir, por meio da Tribuna, para sensibilizar a cidade para as questões do seu rápido envelhecimento populacional. Como de resto com o que está acontecendo no mundo e no nosso país.

Só para enriquecer a percepção dessa nova realidade demográfica, apresento aqui a opinião da Gabriela Agustini, codiretora executiva do Olabi e fellow Ashoko, publicada em um jornal de circulação nacional: a cada 28 segundos alguém no país completa 60 anos, aponta o relatório FDC Longevidade 2024, da Fundação Dom Cabral. Hoje, de acordo com o último Censo, mais de 32 milhões de brasileiros estão nessa faixa etária, número que pode chegar a impressionantes 75 milhões até 2070.

Estamos indo para o sétimo ano de existência desse expediente de comunicação social recheado de reflexões sobre a vivência do nosso envelhecimento, numa cidade, que é a nossa, que extraoficialmente tem mais de 100 mil pessoas com 60 anos ou mais. E é sobre esse público que dirijo essa última Coluna do ano de 2024. Público do qual eu faço parte. Será uma Coluna de olhar para trás e enxergar o que virá pela frente. Exercício bem típico desse período de fim de ano.

No plano diretor da gestão pública da cidade, tanto no Poder Legislativo quanto no Poder Executivo, os times já estão escalados e definidos. Agora é entrar em campo, após o dia 1º de janeiro do mês que vem, com as respectivas posses de nossos representantes, senhoras e senhores. Para as pessoas 60+ o que eu espero que aconteça? Primeiro, quero dizer que entendo o verbo esperar aqui no sentido freireano da palavra, esperar como algo, ação em movimento. E não ficar esperando passivamente, como quem vê a banda passar.

Entendo também que está na hora ou que esteja passando da hora, como desejam, os mais ansiosos, como eu, de colocar a longevidade, o nosso envelhecimento no centro da agenda pública da cidade. O que vale certamente para o Legislativo Municipal e para o Executivo através de suas várias secretarias municipais. Diga-se de passagem é notável de se registrar a criação das novas pastas no organograma da gestão pública municipal: Igualdade Racial, Mulheres e Bem-Estar Animal. Demandas colocadas pelo resultado das eleições municipais e que foram acolhidas pelo Executivo.

Senti falta e continuo sentido falta, não apenas no sentido pessoal do meu desejo, mas, sobretudo pela objetividade numérica da presença de uma coletividade enorme de pessoas idosas na nossa cidade, de a gente ter um setor público de planejamento que articule as diversas ações para as pessoas idosas no município, afinal de contas somos muitos e muitas. Daí nasce a minha esperança para os próximos quatro anos do Governo municipal: fazer política para os 60+. Uma política que saia do lugar. Uma política que transforme para valer as condições de vida da maioria das pessoas idosas.

Na Câmara Municipal, eu espero que haja uma produção legislativa robusta capaz de alcançar e melhorar o padrão de vida das pessoas idosas. No âmbito do Poder Executivo eu espero que todas as instâncias municipais absorvam para o interior de suas agendas, planos, projetos e programas destinados ao desenvolvimento da qualidade de vida de quem muito fez pela cidade e pode e deve continuar fazendo e é merecedor de um tratamento social justo e digno.

Para assim, chegarmos próximos às palavras milenares do grande filósofo grego Cícero: “não é a força física que gera as coisas grandiosas, mas a sabedoria e a experiência”. Feliz ano novo, caríssimos leitores e leitoras. Muito obrigado pela companhia de vocês ao longo de 2024. Esse colunista entra de férias na data de hoje. Gratidão.

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