Exército ignora CGU e esconde responsável por impedir PM de prender responsáveis do 8/1

Soldados do Exército brasileiro. Foto: reprodução

As investigações sobre a trama golpista para manter recolocar o ex-presidente Jair Bolsonaro na Presidência, culminando nos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023, permanecem sem esclarecimento de quem deu a ordem para posicionar blindados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. A medida impediu a entrada de policiais no setor militar na noite dos ataques, dificultando a prisão imediata dos envolvidos.

O Exército tem evitado revelar a identidade do responsável, mesmo após determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), que reconheceu a obrigatoriedade de prestar a informação, prevista na Lei de Acesso à Informação (LAI). Segundo a instituição militar, o episódio envolveu uma decisão conjunta de autoridades de alto escalão, incluindo ministros e comandantes militares, para evitar “danos colaterais” à integridade física de pessoas presentes no local.

Desde janeiro de 2023, jornalistas e organizações tentaram obter informações sobre a ordem para uso dos blindados, sem sucesso. Em fevereiro do mesmo ano, o jornalista Mateus Vargas acionou a CGU, que, nove meses depois, decidiu que o Exército deveria cumprir a LAI.

Exército usa blindados para impedir a entrada da PM em área de acampamento bolsonarista. Foto: reprodução

Contudo, a resposta fornecida em novembro de 2023 pelo Comando do Exército alegou que os dados estavam sob sigilo, indicando que os depoimentos e documentos correlatos haviam sido enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na fase de recurso, a CGU considerou as respostas do Exército insuficientes, apontando falhas na versão apresentada sobre os eventos de 8 de janeiro.

Os militares alegaram que os tanques foram usados para “transporte de pessoal” e para cercar a área, mas não para proteger o acampamento ou impedir a entrada da PM do Distrito Federal. O Exército também se recusou a fornecer documentos relacionados à ordem de isolamento.

Apesar da decisão da CGU, o Exército manteve o sigilo, o que levou a Controladoria a reavaliar o caso em dezembro de 2023. No entanto, após uma suposta “apuração sumária”, a instituição militar arquivou o caso, alegando que os trâmites foram realizados conforme a lei.

Em 26 de dezembro de 2024, apenas duas horas após receber a resposta do Exército, a CGU também arquivou o processo, citando limitações para abrir sindicâncias em instituições militares. A informação sobre quem ordenou o uso de blindados nunca foi divulgada.

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