“Lembrem-se de nós”. Por Valter Pomar

Representante da Palestina em discurso na ONU. Foto: reprodução

Por Valter Pomar

O vídeo abaixo é explicado no texto abaixo, publicado no dia 3 de janeiro de 2025:

Segue uma transcrição do texto de Jamil Chade:

Num momento de profunda comoção dentro da sala do Conselho de Segurança da ONU, o embaixador da Palestina, Riyad Mansour, não se conteve ao descrever a situação de Gaza e a incapacidade de a comunidade internacional de reagir aos crimes. A reunião havia sido convocada para lidar com os ataques contra hospitais, que se transformaram em campos de batalha e alvos de Israel.

Ao tomar a palavra para fazer seu discurso, Mansour leu mensagens deixadas por médicos mortos em Gaza.

“Mahmoud Abu Nujaila, que foi morto em um ataque aéreo israelense ao Hospital Al-Awda, escreveu uma mensagem há muitos meses em uma lousa no hospital, normalmente usado para planejar cirurgias: “Quem ficar até o fim contará a história. Fizemos o que podíamos. Lembrem-se de nós”, relatou o embaixador.

Aos prantos e visivelmente indignado, ele repetiu o que estava naquela lousa. “Aquele que ficar até o final, vai contar a história. Fizemos o que pudemos. Lembre-se de nós. Lembre-se de nós”, insistiu, batendo sobre a mesa.

Para o diplomata, o mundo deve mais que apenas lembranças. “Nada pode explicar que, por 15 meses, palestinos em Gaza tiveram de viver o inferno e abandonados a seu destino”, disse.

Durante a reunião, a OMS anunciou que 12 mil palestinos gravemente feridos esperam evacuação. No atual ritmo de autorizações por parte de Israel, seriam necessários dez anos para retirar todos os que precisam de atendimento.

Certamente lembraremos.

Hoje, como vítimas de um genocídio.

E amanhã, como parte de uma luta que terminou vitoriosa.

Como são lembrados os soviéticos que tombaram lutando contra o nazismo.

Como são lembrados os soldados do Exército Popular que libertou a China.

Como são lembrados os vietnamitas, que derrotaram a França e os Estados Unidos.

Os palestinos que tombaram em Gaza serão lembrados como parte de uma luta que terminou vitoriosa.

O sionismo vai ser derrotado, como o nazismo foi derrotado.

E os colaboracionistas, os que passaram o pano, os que falsificaram os fatos, os que silenciaram, os cúmplices ativos e passivos, estes também pagarão pelos crimes que estão cometendo.

Quem vai ficar até o fim é o povo. E o povo vai contar a verdadeira história.

Publicado originalmente no blog do Valter Pomar

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