Surto de virose em Guarujá: como proceder em caso de contaminação

Praia do Guarujá. Foto: Divulgação

A virada do ano em Guarujá, no litoral paulista, foi marcada por um surto de virose que afetou turistas e moradores, levando muitas pessoas em busca de atendimento médico e sobrecarregando o sistema de saúde municipal. Entre os sintomas mais comuns estavam náuseas, vômitos, diarreia e fortes dores abdominais.

Municípios vizinhos, como Praia Grande, também registraram aumento de ocorrências. Entre os dias 1º e 3 de janeiro, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Guarujá, tanto públicas quanto privadas, enfrentaram longas filas de pacientes.

A UPA Enseada, uma das mais procuradas, registrou grande movimentação, com pacientes aglomerados dentro e fora do prédio, enquanto outros aguardavam atendimento em pé ou sentados no chão. Alguns relatos também apontam que o ambiente ficou insuportável com pessoas vomitando na área externa.

Na sexta-feira (3), a prefeitura de Guarujá acionou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para investigar possíveis vazamentos e ligações clandestinas de esgoto, especialmente na região da Enseada, que poderia ter contribuído para o aumento dos casos.

A cidade também aguarda os resultados de análises de amostras de água e fezes enviadas ao Instituto Adolfo Lutz para investigar a origem dos casos de gastroenterocolite aguda, uma doença que causa inflamações no estômago e intestino.

A diretora da divisão de doenças de transmissão hídrica e alimentar da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Alessandra Lucchesi, explicou que as investigações continuam em andamento e devem trazer respostas sobre a origem do surto na próxima semana.

Ela destacou que, até o momento, os laudos da Sabesp indicam que o sistema de esgoto está operando normalmente, embora as fortes chuvas possam ter contribuído para a sobrecarga do sistema. No sábado (4), a Secretaria Municipal de Saúde de Guarujá informou que o tempo médio de atendimento nas unidades já havia diminuído para cerca de uma hora. No domingo (5), o fluxo de pacientes foi considerado normal.

Hospital Casa de Saúde Guarujá. Foto: Divulgação

O coordenador da Vigilância Sanitária de Guarujá, Marco Chacon, afirmou que a fase crítica do surto já foi superada, graças ao reforço na estrutura das unidades de saúde, incluindo mais médicos e enfermeiros, além da implementação de estações para aplicação de soro.

As Unidades de Saúde da Família nos bairros Jd. dos Pássaros, Vila Rã e Cidade Atlântica, que normalmente funcionam em horário comercial, continuaram atendendo até as 22h, sem necessidade de agendamento prévio. A medida pode ser ampliada caso a demanda continue.

A virose, que começou antes do Natal, já migrou para outras cidades da Baixada Santista. Guarujá tem monitorado casos, mas cidades como Praia Grande e Santos também registraram um aumento nos atendimentos médicos relacionados a viroses. Em Santos, por exemplo, os atendimentos aumentaram de 2.147 em novembro para 2.264 em dezembro, com 273 novos casos só em janeiro.

A Secretaria de Estado da Saúde continua acompanhando a situação e orientando os municípios da Baixada Santista sobre as medidas a serem adotadas. A Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) também recomendou que os banhistas verifiquem a qualidade da água das praias por meio de sinalizações e plataformas online.

Especialistas em infectologia ressaltam que a prevenção contra viroses passa por atitudes simples, mas eficazes. É fundamental consumir apenas água filtrada, fervida ou engarrafada em garrafas lacradas, além de evitar alimentos preparados em condições de higiene inadequadas, especialmente frutos do mar.

Também é importante cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los e verificar se as praias visitadas não apresentam sinais de poluição, como esgoto visível ou mau cheiro. A higiene das mãos deve ser mantida, lavando-as após o uso do banheiro e antes das refeições, e, em locais sem acesso a água e sabão, é recomendada a utilização de álcool em gel para higienização.

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