Bolsonaristas ameaçam advogada que denunciou soldado israelense no Brasil

A advogada Maira Pinheiro, ameaçada por bolsonaristas. Foto: reprodução

A advogada Maira Pinheiro relatou ter recebido ameaças de morte e violência sexual após ingressar com uma ação judicial contra o soldado israelense Yuval Vagdani, investigado por crimes de guerra cometidos durante o conflito em Gaza. Além disso, informações pessoais da advogada foram divulgadas de forma criminosa, prática conhecida como “doxxing”.

As ameaças também incluíram sua filha de apenas 10 anos. “Minha filha tem sido ameaçada. Estou monitorando a situação, mas continuarei o meu trabalho. Isso não vai me intimidar”, declarou Maira em entrevista ao UOL.

A ação judicial foi movida em nome da Fundação Hind Rajab (HRF), organização internacional com sede na Bélgica que defende os direitos dos palestinos e denuncia crimes de guerra e violações de direitos humanos.

O caso ganhou destaque após a Justiça Federal do Brasil determinar que a Polícia Federal investigasse o soldado, que deixou o país logo após a decisão judicial.

Nas redes sociais, bolsonaristas divulgaram os perfis dela nas redes sociais, inclusive o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que republicou uma postagem dizendo que a advogada, “escolhida a dedo” para o processo, seria “filiada ao PT” e “desde novembro de 2023 focada na ‘causa’ palestina”.

Segundo a HRF, Vagdani é suspeito de destruir um quarteirão residencial em Gaza utilizando explosivos fora de situações de combate. Ele teria publicado imagens da destruição em redes sociais com frases que incitavam a continuidade das ações militares.

Organizações como a Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil) e a própria HRF repudiaram os ataques à advogada. A Fepal exigiu que as autoridades brasileiras e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) garantam proteção a Maira. Em nota, a Fundação Hind Rajab classificou os ataques como “vis e covardes” e reafirmou que não irá recuar em sua missão de denunciar crimes de guerra.

“A Sra. Maira Pinheiro cumpriu seu dever profissional ao ingressar com a ação judicial. As ameaças visam intimidá-la, mas não terão sucesso. Continuaremos lutando contra a impunidade”, afirmou a fundação.

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