Israel orienta tropas sobre uso de mídias sociais após Brasil buscar soldado por Gaza

O Ministério das Relações Exteriores de Israel alertou os israelenses a evitar postar sobre seu serviço militar nas redes sociais, depois que autoridades brasileiras pediram à polícia que investigasse um soldado israelense em visita ao país que foi acusado de participar de crimes de guerra.

A pasta afirmou no último domingo, 5, que ajudou o ex-soldado a deixar o Brasil em segurança em um voo comercial depois de o que chamou de “elementos anti-Israel” iniciarem uma investigação na semana passada.

A investigação contra o soldado foi iniciada após a apresentação de uma denúncia baseada em vídeos, dados de geolocalização e fotografias que o mostram participando da demolição de casas civis, segundo a Fundação Hind Rajab (HRF), nomeada em homenagem a uma menina palestina de cinco anos morta em Gaza.

A fundação descreveu como “inovadora” a decisão do tribunal federal brasileiro de reconhecer a jurisdição sobre o assunto e ordenar uma ação policial urgente.

Dyab Abou Jahjah, presidente da HRF, disse ao Financial Times que a decisão “estabelece um precedente poderoso para que as nações tomem medidas ousadas para responsabilizar os perpetradores de crimes de guerra.”

Abou Jahjah também disse que a fundação apresentou evidências contra cerca de mil soltados israelentes para ajudar a reforçar seu caso contra os líderes de Israel.

Segundo reportagem do Financial Times, a HRF vem monitorando os movimentos de militares israelenses por meio de postagens nas redes sociais.

Além disso, o grupo apresentou queixas de crimes de guerra contra soldas que têm dupla nacionalidade de países como Bélgica, França e Holanda, com objetivo de iniciar processos nesses países.

Israel tem enfrentado críticas internacionais severas devido à sua guerra contra o Hamas em Gaza, com o Tribunal Penal Internacional emitindo mandados de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu ex-ministro da defesa.

O Tribunal Internacional de Justiça está investigando separadamente alegações de genocídio. O caso no Brasil levantou a possibilidade de que soldados israelenses de baixo escalão também possam enfrentar processos judiciais enquanto estiverem no exterior.

Israel rejeita as acusações internacionais, afirmando que suas forças em Gaza agem de acordo com o direito internacional e que quaisquer violações são punidas dentro de seus sistemas judiciais.

O governo israelense culpa o Hamas pelas mortes de civis, dizendo que o grupo terrorista esconde túneis e outras infraestruturas em edifícios residenciais, tornando necessária sua demolição.

Durante a guerra, soldados israelenses publicaram inúmeros vídeos de Gaza que parecem mostrar ações como vasculhar casas e demolir ou incendiar edifícios residenciais.

Em alguns vídeos, eles entoam slogans racistas ou se vangloriam da destruição no território palestino. A guerra começou quando terroristas liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestrando cerca de 250.

Cerca de 100 reféns ainda estão em Gaza, e pelo menos um terço deles são considerados mortos. A ofensiva de Israel matou mais de 45.800 palestinos em Gaza, segundo autoridades locais de saúde.

Elas afirmam que mulheres e crianças representam mais da metade das mortes, mas não distinguem entre civis e terroristas. Israel afirma ter matado mais de 17.000 militantes, sem apresentar provas.

(Com Estadão)

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