Jovem baleada pela PRF: família pede pensão provisória para arcar com o tratamento

A agente de saúde Juliana Rangel, baleada na cabeça em abordagem da PRF em rodovia do Rio. Foto: reprodução

A família de Juliana Leite Rangel, jovem de 26 anos baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, luta na Justiça por uma pensão provisória para cobrir as despesas médicas e de sustento. O pai da vítima, Alexandre Rangel, também atingido por um tiro na mão esquerda durante a abordagem, enfrenta dificuldades financeiras e psicológicas para trabalhar.

“Está acabando o dinheiro. Tenho despesas todos os dias aqui com lanche e comida no hospital”, desabafou Alexandre em vídeo publicado no Instagram da filha mais velha, Jéssica Rangel. Ele visita Juliana diariamente no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde a jovem permanece internada.

O advogado da família, Ademir Claudino, afirmou que solicitou ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) um benefício de auxílio por incapacidade temporária para Alexandre, que atuava como mecânico autônomo. “A solicitação está em análise. Por isso, estamos pleiteando na Justiça Federal uma pensão provisória enquanto persistir a incapacidade dele e de Juliana”, explicou Claudino.

Juliana, que trabalha como agente de saúde em Belford Roxo, também teve seu benefício de auxílio por incapacidade solicitado. Segundo boletim médico de 6 de janeiro, ela apresenta melhora progressiva, movimenta os quatro membros e já respira sem ventilação mecânica, embora ainda necessite de fisioterapia respiratória. “Minha irmã está a cada dia melhor, graças a Deus”, relatou Jéssica.

Relembre o caso

Juliana foi atingida por um tiro de fuzil enquanto estava no carro da família, na Rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias, na noite de 24 de dezembro. O veículo, ocupado por cinco pessoas, ficou com várias perfurações de bala. Alexandre afirmou que não havia motivo para a abordagem violenta por parte dos agentes.

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) investigam o caso. Três agentes da PRF envolvidos foram afastados preventivamente de atividades operacionais. O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, declarou que a corporação apura possíveis excessos cometidos durante a operação.

O episódio ocorreu horas após a publicação de um decreto do governo federal que regulamenta o uso da força em operações policiais, destacando que o uso de armas de fogo deve ser “medida de último recurso”.

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