“Ainda estamos aqui. Ditadura nunca mais”, diz Lula em evento do 8/1

Presidente Lula discursa no ato de 2 anos do 8/1. Reprodução YouTube

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou um tom descontraído ao discursar durante a solenidade que marcou os dois anos dos atos de 8 de janeiro. Em sua fala, ele se dirigiu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usando o apelido “Xandão”, amplamente difundido entre o público. Lula destacou que esse apelido “sempre vai acompanhá-lo” e ainda brincou, afirmando que não adiantaria o ministro ficar bravo com isso.A menção ao apelido veio como parte de um momento mais leve em um discurso que abordava temas sérios, como a defesa da democracia e a importância de combater retrocessos institucionais. Lula ressaltou a importância do papel de Alexandre de Moraes na condução das investigações relacionadas aos ataques às instituições ocorridos em 8 de janeiro de 2023, consolidando o ministro como uma figura central na preservação do Estado de Direito.

O gesto de Lula ao usar o apelido de “Xandão” também reforça o reconhecimento popular que o ministro conquistou nos últimos anos. Moraes se tornou um dos principais nomes à frente das ações contra grupos extremistas e antidemocráticos, atraindo tanto elogios quanto críticas intensas. Ao se referir a ele de maneira informal, o presidente ressaltou a conexão que a sociedade brasileira construiu com a figura do ministro.

A escolha de um tom mais leve no discurso também reflete o estilo de Lula, que busca equilibrar seriedade e proximidade em momentos institucionais. Ele frequentemente recorre a brincadeiras e apelidos para criar um ambiente menos formal e mais acessível ao público. No entanto, isso não diminui o peso das mensagens políticas transmitidas, como o reconhecimento à atuação firme do STF no episódio de 8 de janeiro.

A solenidade marcou um momento de reafirmação do compromisso do governo e das instituições com a democracia. Ao mencionar Alexandre de Moraes de forma descontraída, Lula aproveitou para reforçar a unidade entre os Poderes e o respeito ao trabalho desempenhado pelo Judiciário no enfrentamento às ameaças contra o regime democrático. O episódio reforça a narrativa de fortalecimento das instituições e a relevância da atuação conjunta para proteger a democracia brasileira.

Em seu discurso, possivelmente o melhor do 3º mandato, o presidente citou a música “O Bêbado e o equilibrista”, de Aldir Blanc, que cita nominalmente “Marias” e “Clarices”, em referência a Maria de Souza, mãe de Betinho e Henfil, dois perseguidos pela ditadura militar e a Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975 no DOI-Codi de São Paulo.

O presidente afirmou ainda que “ainda estamos aqui, ao contrário do que planejavam os golpistas”, em referência ao alegado plano de golpe de estado de 2022 e aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

“Ainda Estou Aqui” também é o título de um filme dirigido por Walter Salles, cuja performance de Fernanda Torres foi premiada com um Globo de Ouro no último domingo.

A declaração foi feita durante uma cerimônia que marcou os dois anos dos atos antidemocráticos contra as sedes dos Três Poderes, conduzidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A data é lembrada como um dos maiores ataques à democracia — o STF (Supremo Tribunal Federal) já condenou 375 réus pelos eventos, com acusações formais contra 1.682 envolvidos.

“Hoje é dia de dizer em alto e bom som, ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos, que a democracia está viva, ao contrário do que planejaram os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Estamos aqui, mulheres e homens de diferentes origens e crenças, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para afirmar, em alto e bom som: ditadura nunca mais, democracia sempre”, declarou Lula.

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