Jovem baleada pela PRF tem febre e volta a respirar com ajuda de aparelhos, diz boletim médico

A jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, que foi baleada na cabeça enquanto estava em um carro na Rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, na véspera de Natal, teve uma piora no estado de saúde. De acordo com boletim médico, ela teve febre, o que indica um quadro infeccioso, e voltou a respirar com ajuda de aparelhos.

De acordo com o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, a jovem teve a piora clínica, necessitando “retornar medicação para controle de pressão arterial, retorno de sedação leve e retorno para ventilação mecânica”.

Ela, que teve melhora nos últimos dias e chegou a pedir um refrigerante à mãe, também já tinha iniciado o processo de reabilitação. Porém, por conta do agravamento do quadro, o hospital destacou que esse trabalho foi paralisado. “O processo de reabilitação precisou ser interrompido devido ao agravamento do quadro infeccioso”, informou a unidade de saúde.

Juliana segue recebendo cuidados no Centro de Terapia Intensiva (CTI), sem previsão de alta.

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Relembre o caso

A jovem foi baleada no último dia 24 de dezembro enquanto estava com o pai, Alexandre de Silva Rangel, de 53, e outros familiares em um carro. Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) se aproximaram e, sem fazer uma abordagem, atiraram. A vítima foi atingida na cabeça, enquanto o genitor foi ferido em uma das mãos.

Logo após ter o carro alvejado por vários tiros, Alexandre ainda tentava entender o que tinha acontecido. Em entrevista ao jornal “Primeiro Impacto”, do SBT, ele disse que não estava armado e que os policiais atiraram sem ao menos dar ordem de parada.

“Na hora, eu pensei que ia morrer. Quando eu vi os estilhaços no vidro eu falei que isso é tiro. Mas eu nunca poderia imaginar que um carro da Polícia Rodoviária Federal estivesse atirando em mim, sem fazer abordagem, sem mandar encostar, nem nada”, lamentou.

A família afirma que foram disparados cerca de 30 tiros contra o carro, sendo que Juliana só foi socorrida depois que um policial militar percebeu que a jovem estava viva.

PRFs afastados

A equipe da PRF que atirou contra o carro da família era formada por dois homens e uma mulher. São policiais rodoviários federais que costumam trabalhar mais em serviço administrativo e estavam fazendo patrulhamento em escala de plantão de Natal. Os policiais usavam dois fuzis e uma pistola automática. As armas foram apreendidas para perícia e os policiais, afastados.

A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana. Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso”, disse a corporação.

O carro da família e a viatura da PRF foram encaminhados para perícia, sendo que a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da ocorrência e apreendeu as armas dos agentes. Os parentes de Juliana, incluindo o pai, já prestaram depoimentos.

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