RDOR3: Por que o Itaú BBA destaca a Rede D’Or como preferida no setor de saúde?

Hospital da Criança - Rede D'Or

A Rede D’Or (RDOR3) é a principal escolha de investimento no setor de saúde brasileiro mesmo com o mercado de ações no País encurralado por dificuldades econômicas como o aumento das taxas de juros futuras e expectativas inflacionárias. A afirmação é dos analistas do Itaú BBA, que apontaram a posição de liderança com expansão estratégica da empresa, resultados financeiros potentes e perspectivas de crescimento para este ano.

Segundo relatório do banco, a adição de 424 leitos em 2024 e a projeção de mais 631 leitos operacionais em 2025 são reflexos do foco da empresa em consolidar sua capacidade de atendimento. O documento aponta que essa expansão deve ser impulsionada pela boa relação com a Bradesco Saúde, principal pagadora da Rede D’Or, e pelo aumento na ocupação de novos hospitais. Mesmo com margens mais baixas em unidades recém-inauguradas, ganhos em expansões brownfield — que representa a ampliação de operações em instalações já existentes –, e melhorias de eficiência devem garantir crescimento consolidado dos lucros, superando o avanço da receita.

Além disso, os analistas dizem que a qualidade da empresa é evidenciada por indicadores como rentabilidade superior, crescimento consistente de ticket médio e uma estratégia disciplinada de aquisições, incluindo a compra da SulAmérica. A aquisição reforçou a posição competitiva da Rede D’Or ao integrar novas estratégias, como produtos com maior coparticipação e regras de reembolso mais rigorosas, que devem contribuir para melhorias no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da SulAmérica este ano.

Outro ponto positivo, pontua o BBA, é a forte conversão de caixa. O relatório projeta normalização do capex (investimentos) e estabilização do capital de giro na divisão hospitalar, o que deve permitir à empresa fortalecer sua trajetória de desalavancagem e aumentar a distribuição de dividendos e recompra de ações. Mesmo negociando com um prêmio em relação ao preço/lucro médio do mercado doméstico, a Rede D’Or é justificada por um índice preço/lucro sobre crescimento (PEG) de 0,6x, projetando um Cagr (taxa de crescimento anual composta) de 20% entre 2025 e 2027.

Estrutura de capital

O relatório do BBA também aponta que o desinvestimento da D’Or Consultoria, combinado com os recursos provenientes da joint venture formada com a Bradesco Saúde, resultou em uma melhoria na estrutura de capital da empresa. O índice de dívida líquida sobre Ebitda foi reduzido para 2,0 vezes, quando excluídas as reservas de pensão, ou 2,2 vezes ao considerar as despesas com leasing. A projeção é de que a forte dinâmica de geração de fluxo de caixa livre (FCF) da empresa seja mantida, com estimativa de Fluxo de Caixa Livre para o Acionista (FCFE) de R$ 2,3 bilhões em 2025.

O documento diz ainda que, com uma dívida líquida de R$ 15,6 bilhões (excluindo reservas de pensão) e um custo médio de dívida de Certificado de Depósito Interbancário (CDI) + 1,1%, a empresa está relativamente protegida contra variações nos juros. A cada aumento de um ponto percentual nas taxas, o BBA calcula que o impacto seria de cerca de R$ 110 milhões no lucro, considerado limitado no contexto atual. Além disso, a indexação de grande parte das negociações da empresa à inflação reduz a exposição a possíveis acelerações do índice de preços.

Esse comportamento permitiu à empresa concluir integralmente o programa de recompra de 30 milhões de ações até dezembro de 2024 e anunciar um novo programa de recompra de mesmo volume. A iniciativa foi bem recebida pelo mercado, especialmente num momento de alta volatilidade na bolsa brasileira, com destaque para os papéis domésticos. O relatório do BBA também diz que os acionistas de referência reforçaram a confiança ao continuar comprando ações no mercado, sustentando o preço durante quedas, mas também demonstrando compromisso de longo prazo.

Por causa desse cenário, o valor da ação da Rede D’Or foi revisado para R$ 41 ao final de 2025, considerando o novo custo de capital, com recomendação mantida como compra.

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