Modelo econômico do Brasil caminha “em direção ao muro”, diz carta da Verde

O presidente e diretor de investimentos da Verde Asset, o gestor Luis Stuhlberger, vê o modelo econômico atual do Brasil, de “acelerador fiscal com freio monetário” seguindo “em direção ao muro”. Para ele, embora os preços de vários ativos brasileiros já embutam prêmios de risco bastante significativos, seu posicionamento nos fundos da casa são mais negativos. 

As observações foram feitas na carta mensal de fechamento de 2024. Para este ano, o influente gestor espera impactos inflacionários decorrentes da forte desvalorização do real nos últimos meses, que devem levar o Banco Central a aumentar os juros “ para patamares que considerávamos esquecidos”, segundo Stuhlberger. 

Ainda que o cenário tenha sido e continue “extremamente desafiador” para a indústria de multimercados, o principal fundo da casa, o Verde FIC FIM, conseguiu fechar pelo terceiro ano consecutivo com uma rentabilidade acima do CDI, que é sua referência. 

O fundo fechou em 2024 com retorno acumulado de 12,10% no ano, frente aos 10,87% do CDI. Dos 12 meses, em oito a gestão conseguiu resultados acima do benchmark. 

Segundo a carta, os ganhos foram bem distribuídos em várias estratégias, com destaque para as posições em moedas e em bolsa global. Crédito e commodities também são mencionados como “contribuintes importantes”. Já os detratores foram os ativos locais, a começar por ações, “onde o alpha negativo no começo do ano pesou”, mas também a renda fixa, “onde perdas em posições aplicadas no primeiro semestre também tiveram papel importante”. 

Apostas para 2025 

Para Stuhlberger, que lidera a gestão dos principais fundos da Verde, “a reiterada opção [do governo] pelo populismo fiscal revelada em novembro cobra um preço alto”. As posições no Brasil estão todas direcionadas para lucro com perdas. 

O fundo começa o ano liquidamente vendido na Bolsa brasileira e no real. A renda fixa local está limitada a uma pequena posição aplicada (que se beneficia da queda) em juro real, depois da gestão se desfazer da posição em inflação implícita de longo prazo. 

A exposição global foi reduzida em dezembro e a posição em juro real nos Estados Unidos foi trocada por uma posição em inflação implícita, com a chegada de Donald Trump à Casa Branca. A carta observa que o mercado tem antecipado os efeitos das potenciais medidas do republicano em movimentos importantes, como a valorização do dólar globalmente, a abertura na curva de juros e queda das ações. 

No mais, a Verde mantém sua alocação em criptomoedas, a pequena posição comprada em petróleo, assim como os livros de crédito high yield local e global. 

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