SP: uso do K9, a “droga zumbi”, se espalha pela Cracolândia

Usuários de drogas concentram-se na Rua dos Protestantes, na região central de SP. Reprodução Estadão

Os canabinoides sintéticos, conhecidos popularmente como “maconha sintética”, “K2”, “K4”, “K9”, “selva”, “cloud 9”, “spice”, “espace” ou “supermaconha”, estão se tornando cada vez mais comuns nas ruas de São Paulo, especialmente na Cracolândia, após se disseminarem inicialmente nos presídios paulistas.

O Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas, a principal porta de entrada do governo estadual para tratamento de dependência química, realizou 28,8 mil atendimentos, dos quais 37,7% dos pacientes admitiram já ter usado a substância. No ano passado, esse índice era de cerca de 12%.

Outras substâncias psicoativas, como maconha (81%), cocaína (78%) e crack (77%), ainda são as mais usadas nas cenas abertas de consumo, especialmente na Cracolândia, que nos últimos dois anos se espalhou por várias ruas do centro de São Paulo.

O vice-governador Felicio Ramuth reconhece que as drogas sintéticas já são uma realidade na região.  A Polícia Civil de São Paulo realiza investigações e operações conjuntas para combater o tráfico de drogas, incluindo apreensão significativa de drogas sintéticas.

O Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) apreendeu mais de 40 toneladas de drogas no ano passado, incluindo 157 quilos de drogas “K”. Apesar de ser chamada de “maconha sintética”, a K é produzida em laboratório e não vem da planta cannabis sativa, tendo efeitos até 100 vezes mais potentes que a maconha comum.

A Secretaria de Segurança Pública prioriza o combate ao tráfico dessas substâncias, utilizando ações de inteligência para rastrear pontos de distribuição e laboratórios clandestinos.

A droga K9. Reprodução

Os baixos custos e alta potência das drogas sintéticas estão entre os motivos para sua rápida disseminação.

A falta de percepção de risco entre os jovens, que muitas vezes não percebem a potência dessas drogas, é preocupante.As drogas K podem ser consumidas de várias formas, como inalação, vaporização, comprimidos e borrifadas em preparações diversas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta que essas substâncias têm composição molecular variada e não são estruturalmente relacionadas aos canabinoides naturais.

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