A volta apagada do MPL às ruas de São Paulo. Por Fabrício Rinaldi

Manifestação do Movimento Passe Livre (MPL) na cidade de São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) destacaram a importância das manifestações para responsabilizar as autoridades pelo aumento das tarifas de transporte público, rejeitando qualquer relação com tentativas de golpe.

No dia 9 de janeiro de 2024, o MPL organizou um protesto em frente à Prefeitura de São Paulo contra o maior reajuste de tarifas em uma década. A tarifa de ônibus subiu de R$ 4,40 para R$ 5, enquanto a do metrô foi de R$ 5 para R$ 5,20.

A manifestação teve início às 17h no Viaduto do Chá e percorreu o centro da cidade, passando pela Praça da República e terminando no Vale do Anhangabaú às 20h. Durante o trajeto, palavras de ordem como “Ô motorista, ô cobrador, me diz aí se seu salário aumentou” marcaram o tom crítico dos manifestantes.

Ludy Frassi, integrante do MPL, atribuiu o aumento das tarifas ao prefeito Ricardo Nunes e ao governador Tarcísio de Freitas: “O que nós temos que fazer é vir para a rua e mostrar que o aumento da tarifa é culpa somente do prefeito e do governador. Não podemos culpabilizar as pessoas erradas.” Ludy expressou confiança no impacto das mobilizações: “Acredito que podemos reverter o aumento da tarifa”, disse ao DCM.

Outra integrante, Gel Santana, apontou os efeitos sociais do reajuste e reforçou a proposta de tarifa zero: “Cada aumento exclui mais pessoas da cidade. O transporte é um direito que leva a outros direitos. Mais de 120 cidades brasileiras já aplicam a tarifa zero, provando como essa solução transforma vidas.”

Gel rejeitou comparações com os protestos de 2013, reafirmando a autonomia do MPL, fundado em 2005: “Sempre que houve aumento, saímos às ruas. Culpabilizar um movimento social como o nosso é injusto e raso.”

Segundo o MPL, cerca de 2.500 pessoas participaram do ato, que teve forte presença policial. O aparato incluiu batalhão de choque, cavalaria, helicóptero Águia e Força Tática, gerando críticas pela desproporção em relação ao número de manifestantes. Manuela Oliveira, advogada da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, considerou a mobilização policial “absolutamente desproporcional e agressiva.”

Durante o ato, abordagens seletivas feitas por policiais geraram tensão. Jornalistas e defensores públicos monitoraram as ações, evitando maiores conflitos. Manifestantes relataram discriminação por cor, vestimenta e classe social durante as intervenções. Apesar das tensões, o protesto ocorreu de forma pacífica.

Link do trecho da entrevista com Gel Santana.

Link do trecho da entrevista com Ludy Frassi.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.