Deputada ironiza Trump e cita ‘saúde gratuita’ para sugerir a incorporação da Califórnia pelo Canadá

A líder do Partido Verde canadense, Elizabeth May, respondeu com sarcasmo às provocações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu transformar o Canadá no 51º estado estadunidense. Durante uma coletiva de imprensa ela destacou os valores que diferenciam os dois países, adotando um tom irônico para devolver as provocações.

“Donald, temos um acordo para você. Você acha que queremos ser o 51º estado, hein? Mas talvez a Califórnia gostaria de ser a 11ª província. Que tal? Califórnia? Oregon? Washington?”, disparou a parlamentar.

May aproveitou para alfinetar o sistema estadunidense, comparando-o ao modelo canadense. “Aqui, temos assistência médica universal gratuita. Não há pais desesperados fazendo campanhas no GoFundMe para pagar médicos para seus filhos. Também temos leis rígidas sobre armas, enquanto seu Congresso teme o lobby das armas. Imaginem?”, afirmou.

A líder verde também respondeu a uma postagem de Trump na Truth Social, em que o republicano sugeriu que o ex-jogador canadense de hóquei Wayne Gretzky deveria concorrer a primeiro-ministro do Canadá. Trump afirmou, de forma confusa, que Gretzky “nem precisaria fazer campanha” e que o Canadá “em breve será conhecido como governador do Canadá”.

Elizabeth May disse a Trump que Canadá não quer ser parte dos EUA, mas tem certeza que a California, Oregón e Washington gostariam de fazer parte do Canadá. O Canadá oferece um Sistema Universal de Saúde Gratuito e tem lei de desarmamento.
Boa resposta!pic.twitter.com/EUBI96OJCT

— PRAVDA-BR (@FalaChupetinha) January 8, 2025

May não poupou críticas à falta de conhecimento do presidente eleito. “Antes de fazer pronunciamentos de que Wayne Gretzky deveria concorrer a primeiro-ministro, Trump deveria se informar sobre como funciona uma democracia parlamentar, onde ninguém concorre a primeiro-ministro diretamente”, ironizou.

A parlamentar canadense ainda sugeriu que Trump revisasse os fundamentos históricos que explicam as diferenças entre os sistemas de governo dos dois países. “Sugiro que o Sr. Trump ache um livro escolar dos netos e leia sobre 1776. Isso pode esclarecer por que nossos sistemas são diferentes”, alfinetou, referindo-se à independência dos EUA do domínio britânico.

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