Artistas renomados da arte urbana de Pernambuco e São Paulo levam novas cores para prédios no centro da capital paulista

Reconhecida internacionalmente por sua mistura de culturas, as ruas da capital paulista acabam de receber duas artes que ilustram essa pluralidade de pessoas, origens e trajetórias. Em um raio de 3 quilômetros, dois prédios receberão grafites gigantes assinados por artistas de longa caminhada. Com produção da Gentilização, as obras são viabilizadas pelo MAR (Museu de Arte de SP) da Secretaria Municipal de Cultura.

Na região da Vila Mariana, o artista recifense Max Motta imprime as cores vibrantes e as belezas do Brasil no mural “Verde Louro”. Transmitindo leveza e alegria, a obra traz a imagem de uma mulher negra, de sorriso cativante, interagindo com um louro. Os detalhes trazem a representação da feminilidade, da beleza e da celebração da cultura brasileira.

Natural de Recife, a trajetória de Max Motta se desenrola pelas paredes das cidades, transformando muros em telas que contam histórias. Inspirado por mestres como Caravaggio e Rembrandt, o artista absorve as nuances da arte clássica, aplicando-as de maneira única e ousada na arte urbana. Em sua narrativa visual, busca celebrar a beleza extraordinária da cultura negra.

Suas obras estão espalhadas pelo espaço urbano do estado de Pernambuco, na capital Recife, Olinda, Cabrobó, Guararapes, entre outras cidades, além do estado de Minas Gerais. Agora, “Verde Louro” chega em São Paulo, na Vila Mariana, nas proximidades do Cambuci e da Liberdade, bairros que historicamente têm bastante relação com a história negra e com a arte urbana.

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Da Zona Leste para o mundo

Na região da Barra Funda, outro artista renomado leva suas cores para o asfalto cinza. Alex Hornest, também conhecido como Onesto, é pintor, escultor e artista multimídia. Natural da Zona Leste de São Paulo, começou sua trajetória artística na década de 1990 nas ruas, fazendo graffiti. Reconhecido como um dos pioneiros dessa cena, Onesto ganhou o mundo desde então. Suas pinturas públicas e exposições já passaram por cidades como Nova York, São Francisco, Atlanta, Los Angeles, Miami, Quebec, Bogotá, Cidade do México, Viena, Lisboa, além de tantas outras do Brasil.

Inspirado em quadrinhos de artistas como Moebius (pseudônimo do cartunista Jean Girard) e Vaughn Bode, Onesto apresenta uma estética única e marca registrada em seus grafites, que trazem personagens disformes e repletos de características marcantes. Na capital de São Paulo, o artista assina a nova obra “Pescador de Sonhos”, que traz à tona sua identidade. Para Hornest, o graffiti é como um grito, uma forma de expressão gigante para o artista.

Para Vera Nunes, curadora de arte e fundadora da Gentilização, produtora de arte urbana de grandes proporções, as duas obras incentivam o diálogo mais harmonioso com a cidade de São Paulo, auxiliando na revitalização do espaço público e democratizando o acesso à arte.

“Estamos falando de artistas renomados, que levam a sua arte para as ruas. A partir do momento em que elas estão no espaço público, podem ser vistas por todas as pessoas e passam a compor o espaço urbano. O fato de serem dois artistas negros, de origens distintas também é interessante para que a população de São Paulo também possa refletir sobre a contribuição da cultura negra na história da cidade.”, conta a curadora.

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