Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro se apresenta em JF nesta quinta

Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro
Orquestra reúne 55 jovens, sendo a maioria composta por moradores de comunidades periféricas do Rio de Janeiro (Foto: Daniel Ebendinger/Divulgação)

Nesta quinta-feira (25), o Cine-Theatro Central recebe, pela primeira vez, a Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro, a partir das 20h. Fruto do projeto Ação Social pela Música do Brasil (ASMB), a orquestra é formada por 55 jovens, de idades entre 15 e 28 anos, e tem realizado uma série de apresentações para celebrar seus dez anos. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados na bilheteria do teatro.

A Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro surgiu há dez anos, exatamente pelo trabalho desenvolvido pela ASMB nas comunidades das cidades, sobretudo do Rio de Janeiro, mas com ações também em Petrópolis, em Ji-Paraná, em Rondônia e em João Pessoa, na Paraíba. Atualmente, são cerca de 4.406 alunos, entre 6 e 18 anos, e o projeto deve se expandir para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

Começou como uma orquestra simples, com aqueles que já passaram pela ASMB. Aos poucos, a orquestra foi crescendo, tanto no tamanho como no profissionalismo. “Eles (os participantes) foram ficando, começaram a fazer faculdade, no estudo formal de música, e acabaram se tornando monitores do projeto. A gente se viu impelido a, então, fazer uma orquestra para eles. Isso há dez anos”, conta Fiorella Soares, diretora da orquestra.

Atualmente, o projeto social está presente em 20 comunidades do Rio de Janeiro. Através do trabalho desenvolvido nelas, pela música, muitos participantes foram se encontrando na área, com o desejo de se profissionalizar. De acordo com Fiorella, a proposta da ação social não é fazer uma academia ou um conservatório. “Nada que seja ensino formal de música. Mas, sim, a intenção é fazer a inclusão através do aprendizado da música clássica.”

Pessoas que não passaram pela ação também compõem a Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro, já que, com os anos, ela foi ampliando seu espaço e sua atuação. “Nossos alunos que passaram pela Ação Social pela Música do Brasil ocupam, na orquestra, postos de liderança, e na ação também. Mas vários outros vieram de faculdade, de igrejas, com o intuito de formar e se profissionalizar, de fato. É uma orquestra multifacetada, com pessoas de diferentes espaços e territórios. E, realmente, a maioria é moradora de comunidades cariocas”, explica Fiorella.

Há cerca de um ano, a orquestra se tornou residente da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). “Isso que não deixou morrer o nosso conjunto”, acredita Fiorella. O que mantém, de fato, a organização, são as leis de incentivo e, agora, essa parceria, que ainda garante metade das bolsas que os alunos recebem para subsídio. Para Fiorella, isso é fundamental para fortalecer a relação dos participantes com a música clássica e sua manutenção na orquestra.

Profissionalismo

Ao contrário do que se imagina quando se pensa em uma orquestra jovem, a proposta da Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro é apresentar um repertório profissional, “de alto nível”, como diz Fiorella. “Porque quando as pessoas entram no conjunto, elas já têm um alto nível só por estar ali. O repertório é profissional, e isso em uma orquestra de estudantes. E é interessante pensar também as dificuldades que os integrantes enfrentam sendo moradores de comunidades que têm suas vulnerabilidades. Apesar disso, eles seguem dentro da música.”

Para ir mais a fundo e seguir na formação, tanto de audiência quanto de músicos, Fiorella conta que os moradores são convidados a assistir concertos em diversos locais do Rio de Janeiro. “Acaba que eles se interessam de fato e almejam ser músicos também. Quando eles entram na orquestra, a vida já está transformada. A cada concerto que acontece, eles ficam mais apaixonados pela música. E a gente por eles. Por isso que é uma orquestra vibrante. São jovens vibrantes e envolvidos no que fazem. É impactante.”

O intercâmbio com músicos renomados também acontece, e é importante para manter o nível de execução proposto. Quem rege a Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro é Cláudio Cruz, que atua como convidado em diversas orquestras importantes do Brasil, como a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), e ainda internacionais, como a Orquestra de Câmara de Toulouse, entre diversas outras. Além disso, há ainda a participação do solista Joel Gisiger, um dos principais nomes do Oboé da atualidade no Brasil, atualmente professor da Escola Municipal de Música de São Paulo e da Academia da Osesp. Eles vão apresentar as obras de Carl Maria Von Weber, Richard Strauss e Robert Schumann.

Confira o programa da Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro

Carl Maria Von Weber (1786 – 1826)
“Der Freischütz”: Abertura

Richard Strauss (1864 – 1949)
Concerto em Ré Maior para Oboé e Orquestra, AV 144, TrV 292
I . “Allegro Moderato”
II . “Andante”
III . “Vivace – Allegro”

– intervalo –

Robert Schumann (1810 – 1856)
Sinfonia No. 3 em Mi Bemol Maior, Op. 97, “Renana”
I . “Lebhaft”
II . “Scherzo – Sehr mässig”
III. “Nicht schnell”
IV. “Feierlich”
V . “Lebhaft – Schneller”

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