Ministro-chefe da AGU cobra investigação de ataque ao MST em SP; mortos chegam a 3

Jorge Messias assume a AGU — Foto: Reprodução

“Gostaria de manifestar meu mais profundo pesar aos amigos e familiares das vítimas do ataque contra o assentamento Olga Benário. É essencial uma apuração criteriosa para responsabilização dos criminosos.” Foi assim que o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, reagiu nas redes sociais ao massacre ocorrido na noite de sexta-feira (10), em Tremembé, interior de São Paulo. O ataque ao assentamento Olga Benário, ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), já resultou na morte de três agricultores e deixou outros cinco feridos.

A mais recente vítima, Denis Carvalho, de 29 anos, faleceu neste sábado (11) após não resistir aos ferimentos causados por tiros na cabeça. Ele estava em coma induzido no Hospital Regional de Taubaté desde o ataque. Denis era irmão de Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, outra das vítimas fatais. A primeira vítima confirmada foi Valdir do Nascimento, conhecido como Valdirzão, de 52 anos, que, segundo o MST, foi executado com vários tiros na cabeça.

O ataque foi realizado por um grupo de dez homens armados que chegaram ao local em cinco carros e duas motocicletas. Os criminosos abriram fogo contra famílias reunidas em um espaço coletivo, onde estavam crianças e idosos. De acordo com o MST, o ato foi uma retaliação a uma disputa por terras envolvendo especulação imobiliária e grupos milicianos locais. “Nosso povo estava fazendo resistência, mas não esperava o arsenal de guerra que esses criminosos trouxeram”, destacou Gilmar Mauro, coordenador nacional do movimento.

A Polícia Civil de Taubaté investiga o caso, que foi registrado como resultado de disputas por terras. Até o momento, nenhum dos suspeitos foi preso. Em nota, o MST denunciou a ausência de políticas públicas voltadas à segurança dos assentamentos e alertou para os riscos enfrentados diariamente pelos trabalhadores rurais. “A violência e a ausência de políticas públicas colocam a vida de muitos em risco constante”, afirmou o movimento.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, também se posicionou, afirmando ter acionado o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, para que a investigação seja tratada com rigor. “Comuniquei o crime ao secretário de segurança pública de São Paulo e pedi providências para a investigação dos autores e a prisão deles”, declarou o ministro. A cobrança reforça a urgência de medidas para garantir a segurança dos assentados e responsabilizar os autores do ataque.

Agricultores do MST no assentamento Olga Benário na cidade de Tremembé (Foto: Rede Agroflorestal, Vale do Paraíba)

O assentamento Olga Benário, regularizado há 20 anos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), abriga 45 famílias e é símbolo da luta por direitos agrários no Brasil. Em comunicado oficial, o MST prometeu continuar a batalha pelos trabalhadores rurais e homenageou as vítimas. “Aos nossos mortos, nenhum minuto de silêncio, mas uma vida inteira de luta!”, declarou o movimento, reafirmando o compromisso com a resistência e a justiça.

Conheça as redes sociais do DCM:

⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo

🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.