Suzane fechou acordo milionário com emissora para documentário sobre o caso Richthofen, diz blogueiro

A morte do casal Manfred e Marísia von Richthofen completou 22 anos em outubro passado, mas o caso segue despertando curiosidade. Muitos ainda tentam entender os motivos que levaram Suzane Louise von Richthofen, filha deles, a permitir que seu então namorado, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Cristian, entrassem na casa da família, no Brooklin, na Zona Sul de São Paulo, e executassem as vítimas com golpes de barras de ferro. Agora, a condenada teria fechado um acordo milionário com o SBT para dar sua versão dos fatos em um documentário.

A informação foi revelada pelo blogueiro Renato Ronner, que disse que confirmou com fontes da emissora que, após anos de tratativas, Suzane finalmente aceitou falar.

“A estética do documentário deve seguir o mesmo estilo de ‘Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime’, abordando toda a história do caso, com direito à defesa de ambos os lados: advogados da família das vítimas e profissionais da polícia que participaram das investigações”, afirmou Ronner, em postagem nas redes sociais (veja abaixo).

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Uma publicação compartilhada por Renato Ronner (@renatoronner)

Ainda segundo o blogueiro, o assunto tem causado furor nos bastidores da emissora, que vai desembolsar um valor milionário para obter as falas de Suzane.

“O SBT está bastante empolgado, já que disponibilizará o documentário gratuitamente em sua plataforma de streaming para que todos possam assistir”, ressaltou Ronner.

Por enquanto, o SBT não se pronunciou oficialmente sobre o documentário. A reportagem tenta contato para confirmar e obter detalhes sobre a produção.

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Morte do casal Richthofen

Os homicídios chocaram a população e são considerados um dos mais marcantes já ocorridos no Brasil. Manfred, alemão naturalizado brasileiro, era engenheiro e tinha 49 anos quando foi morto. Já Marísia era psiquiatra e tinha 50 anos. Ambos dormiam quando foram brutalmente atacados, no dia 31 de outubro de 2002.

Segundo a Justiça, Suzane planejou a morte dos próprios pais e teve a ajuda do então namorado e do irmão dele. Logo depois do início das investigações, a jovem foi presa.

Em 2006, ela foi julgada e condenada a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado. No entanto, entrou com vários pedidos de revisão e conseguiu reduzir o tempo para 34 anos e 4 meses de prisão. A previsão é que ela cumpra a sentença no dia 25 de fevereiro de 2038.

A primeira vez que Suzane deixou a Penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, no interior de São Paulo, foi em março de 2016, depois de conquistar o regime semiaberto e ter direito a uma saída temporária de Páscoa. Em setembro de 2022 ela obteve mais uma “saidinha temporária”, quando chamou a atenção por conta da aparência. Bem vestida, ela virou alvo de várias publicações nas redes sociais.

Ela tentava obter a progressão desde 2017 para o regime aberto, mas até então todos os pedidos tinham sido negados. No início de 2023, ela finalmente conseguiu o benefício.

Vida fora da cadeia

Após sair da prisão, Suzane passou a morar em Angatuba, também no interior de São Paulo. Além de cursar biomedicina em uma faculdade particular, ela também prestou o concurso público da Câmara Municipal de Avaré, visando uma vaga como telefonista.

Além disso, abriu um cadastro de Microempreendedor Individual (MEI) no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Angatuba para seu ateliê de costura, cujas peças são vendidas pelas redes sociais. Atualmente, vive com o marido, o médico Felipe Zecchini Muniz, em um condomínio em Bragança Paulista e se tornou mãe.

Ela deu à luz o primeiro filho no último dia 26 de janeiro de 2024, em um hospital de Atibaia, também no interior paulista, onde o médico trabalha. Para evitar o assedio, foi montada uma verdadeira “operação de guerra” na unidade de saúde, com ameaça de demissão aos funcionários que vazassem a informação sobre o parto. Pouco depois, ela também voltou a cursar Direito.

Em setembro do ano passado, Suzane voltou a ser notícia depois que prestou concurso para o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Ela concorreu ao cargo de escrevente, cujo salário mensal é de R$ 6.043, mas não obteve a nota suficiente para avançar e foi desclassificada.

Irmãos Cravinhos

Daniel Cravinhos, que era aeromodelista na época dos assassinatos, foi condenado a 39 anos de prisão. Em 2018, ele obteve a progressão de pena para o regime aberto e deixou a Penitenciária de Tremembé. Ao sair da cadeia ele retirou o sobrenome famoso e se casou com a maquiadora Andressa Rodrigues, com quem teve uma filha.

Em uma carta aberta, o ex-detento pediu perdão à Andreas Richthofen, irmão de Suzane, e afirmou que a “culpa continua a perturbar”. Ele ressaltou que quer se reaproximar do ex-cunhado, que vive isolado. Apesar da tentativa, o rapaz não aceitou as desculpas.

Atualmente, Daniel trabalha em um ateliê onde customiza aviões de brinquedo, aviões reais e motos esportivas. Ele também pratica motovelocidade e diz que tem uma vida normal. Recentemente, Andressa apareceu nas redes sociais dizendo que foi abandonada por ele, logo após o parto da filha.

Já Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato, é o único que segue preso. Porém, busca a progressão para o regime aberto. Em agosto passado, ele obteve um parecer favorável em um exame criminológico, no qual foi avaliado por psicólogo, psiquiatra e assistente social.

O relatório psicológico cita que Cristian “manifestou arrependimento, demostrou empatia com sofrimento familiar provocado por seus atos”. Além disso, o parecer social destacou que, caso obtenha a liberdade, o detento tem planos futuros, como trabalhar como designer e preparador de motos de corrida. Além disso, ele afirma que vai morar com a mãe e que quer cuidar da filha.

Na avaliação geral, os profissionais concluíram que Cristian possui “ótima avaliação laboral e bom comportamento carcerário”, sendo que todos deram aval à progressão de pena. No entanto, a decisão final sobre o regime aberto será tomada por um juiz e não há prazo para que essa análise seja realizada. O Ministério Público já se manifestou contrário ao benefício.

Cristian chegou a deixar a prisão em 2017 para cumprir o regime aberto, mas se envolveu em uma briga com a então namorada, que o acusou de agressão. Apesar de ela não ter registrado queixa, quando a polícia chegou ele estava fora de sua cidade domicílio e em um bar, descumprindo as regras.

Assim, foi detido tentou subornar os policiais, oferecendo R$ 1 mil em espécie, o que gerou um flagrante e o retorno ao regime fechado. O detento ainda foi flagrado com dinheiro e munição de 9 mm, que é de uso restrito das forças policiais. Desde então, ele segue em Tremembé e agora tenta obter a liberdade.

No Natal de 2024, ele apareceu nas redes sociais comemorando a “saidinha” de fim de ano e disse que espera que essa tenha sido a última, já que ele espera conseguir o regime aberto.

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