Corpo de pai de acusada de envenenar bolo também pode ser exumado

Foto: Reprodução

Diante dos traços de psicopatia e da grande quantidade de vítimas envenenadas por Deise Moura dos Anjos, a Polícia Civil analisa a possibilidade de estender a investigação para outros famílias da acusada. Os agentes de segurança têm convicção de que Deise foi a responsável pela morte de quatro pessoas pelo uso de arsênio. Agora a investigação pode partir para a realização da exumação do corpo do pai da acusada, que morreu em 2020. O marido dela e o filho, que estão vivos, também devem ser examinados.

De acordo com a Polícia Civil, a frieza de Deise Moura dos Anjos em relação ao fato de ter matado quatro pessoas envenenadas reforçam a necessidade de investigação. Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, 59, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos, filha de Neuza, que morreram em dezembro após comerem um bolo onde, segundo a Polícia Civil, ela teria colocado arsênio na farinha usada para produzir o alimento, e Paulo Luiz dos Anjos, de 62 anos, sogro dela, que morreu em setembro após ingerir um leite em pó trazido por Deise e que continha arsênio.

Os delegados que investigam o caso estudam a possibilidade de realizar a exumação do corpo do pai de Deise, José Lori da Silveira Moura, de 67 anos. Ele morreu na cidade de Canoas em 2020, devido à cirrose. Porém, com os acontecimentos ocorridos no ano passado, familiares levantaram suspeitas de que Deise também possa ter envenenado o próprio pai. Apesar da morte ter acontecido há mais de quatro anos, é possível identificar a presença de arsênio nos restos mortais.

Segundo a diretora geral do Instituto Geral de Perícias (IGP),  Marguet Mittmann, é possível identificar a presença de arsênio por muitos anos, até por meio da análise de gavetas mortuárias. O marido de Deise e o filho dela, de 11 anos, também devem ser submetidos a exames, para ver se não foram vítimas de envenenamento em menor quantidade. “Nós orientamos a Polícia Civil, o delegado de polícia, para que envie para nós, caso julgue necessário, algumas análises, sejam elas em pessoas, em vítimas vivas ou em vítimas que vieram a óbito, que a gente possa ter a suspeita de um envenenamento também. O arsênio, tem essa peculiaridade de se “grudar” em grupos do nosso organismo e permanecer durante muitos anos”, destacou a diretora.

O IGP revelou ainda que segue realizando testes em uma garrafa de água, levada por Deise para a sogra, Zeli Teresinha dos Anjos, de 61 anos, no hospital, em Torres, horas antes de ser presa, no domingo, dia 5 de janeiro. Na ocasião, a acompanhante de Zeli disse que estranhou o lacre estar rompido e colocou fora o produto. O objetivo é ver se a água também havia sido envenenada pela acusada.

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