Justiça decreta prisão temporária de líder do massacre do MST em SP; saiba quem é Nero do Piseiro

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Foto: Divulgação

A Justiça de São Paulo determinou, neste domingo (12), a prisão temporária de Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como “Nero do Piseiro”, suspeito de chefiar o ataque ao assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Tremembé, no Vale do Paraíba. A decisão prevê que o suspeito permaneça preso por 30 dias, com possibilidade de prorrogação.

O ataque ocorreu no sábado (11), resultando na morte de duas pessoas e deixando seis feridos. Valdir do Nascimento, conhecido como Valdirzão, uma das principais figuras do movimento, foi morto com múltiplos tiros na cabeça. Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, também faleceu no local. Seu irmão, Denis Carvalho, de 29 anos, segue internado em coma induzido.

As vítimas feridas, com idades entre 18 e 49 anos, receberam atendimento no Hospital Regional do Vale do Paraíba e no pronto-socorro local. Segundo a Polícia Civil, um segundo suspeito, Italo Rodrigues da Silva, está foragido. Nero do Piseiro, que confessou sua participação no ataque, apontou Silva como cúmplice.

Antônio Martins dos Santos Filho foi preso no sábado (11) no bairro Santa Tereza, em Taubaté, cidade vizinha a Tremembé. Ele foi detido em flagrante, e com ele, a polícia apreendeu uma moto que possivelmente foi usada no crime. Durante a investigação, ele admitiu sua participação e foi reconhecido por testemunhas sobreviventes.

O delegado responsável pela comunicação da Delegacia Seccional de Taubaté, Marcos Rogério Pereira Machado, afirmou que o suspeito está colaborando com as investigações, indicando possíveis locais onde outros envolvidos podem estar escondidos. Além disso, Nero do Piseiro já era conhecido pelos sem-terra devido a sua atuação intimidatória na região.

Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como “Nero do Piseiro”,. Foto: Divulgação

Natural de Petrolina, Pernambuco, Nero do Piseiro tem um histórico criminal. Em abril de 2024, foi condenado por porte ilegal de arma de fogo, mas foi absolvido em segunda instância no mesmo ano. Embora tenha se mantido em silêncio durante o primeiro depoimento, Nero afirmou estar arrependido de sua participação no crime, alegando que “foi chamado para ir lá”.

Pai de sete filhos, Nero reside em uma habitação coletiva em um bairro rural de Tremembé e trabalha como autônomo, com uma renda mensal de R$ 2.000. Ele é conhecido por seu envolvimento em intimidações contra os trabalhadores do MST, com relatos de ameaças recorrentes nos últimos dois anos, incluindo tentativas de atropelamento com sua caminhonete.

O MST informou que diversas denúncias sobre as ameaças foram feitas à Polícia Civil, mas nenhuma investigação foi iniciada. Os oficiais continuam a apuração do caso, enquanto o segundo suspeito, Italo Rodrigues da Silva, permanece foragido.

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