Bolsas da Europa fecham na maioria em baixa, com cautela por postura de BCs

As bolsas da Europa fecharam na sua maioria em baixa nesta segunda-feira, 13, com uma postura cautelosa dos investidores sobre as perspectivas para a política monetária ao longo de 2025. A semana conta com indicadores importantes na região e nos Estados Unidos, que devem ser relevantes para projetar os próximos passos da principais autoridades monetárias. A grande exceção está no setor de energia, que vem seguindo a tendência deste começo de ano, com a alta do barril de petróleo no mercado internacional impulsionando as ações.

O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,55%, a 508,71 pontos.

Analista do Swissquote Ipek Ozkardeskaya avalia que o sentimento de risco está frágil no começo desta semana, após o payroll dos EUA afastar expectativas de cortes de juros pelo Fed. Na visão dela, o início da temporada de balanços e dados de inflação ao consumidor (CPI, em inglês) e ao produtor (PPI, em inglês) dos EUA estarão em foco nesta semana, conforme investidores analisam se há persistência dos preços elevados. Para o ING, uma inflação “teimosa” pode levar os já cautelosos dirigentes do BC americano a optarem por uma pausa do ciclo de relaxamento monetário por tempo prolongado.

Em Frankfurt, o DAX caiu 0,38%, a 20.137,22 pontos. Em Paris, o CAC 40 recuou 0,30%, a 7.408,64 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve queda de 0,83%, a 34.799,27 pontos.

Na Europa, investidores ainda devem acompanhar a divulgação dos CPIs do Reino Unido, Alemanha e zona do euro ao longo da semana, além de publicação da ata do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira. Nesta segunda, o dirigente do BCE Olli Reh disse que a redução dos juros locais deve continuar independentemente da trajetória das taxas do Fed. “A direção é clara, e a escala e o ritmo de cortes de juros dependerá dos dados”, afirmou. Economista-chefe do BCE, Philip Lane defendeu a necessidade de encontrar um “meio termo” entre reduzir juros no bloco e controlar a inflação de serviços.

O Danske Bank espera que o BCE reduza a sua taxa em 25 pontos base seis vezes em 2025, à medida que o processo de desinflação continua a caminho. O banco central enfrenta uma incerteza contínua relativamente ao mercado de trabalho, uma vez que os indicadores abrandaram significativamente nos meses anteriores, avalia. Os dados continuam mostrando um mercado de trabalho sólido, com o aumento do emprego no terceiro trimestre e a taxa de desemprego permanecendo no mínimo histórico.

Em Madri, as ações da farmacêutica Rovi caíram 8,27%, sendo a maior queda do Ibex35, que recuou 0,33%, a 11.682,10 pontos. O movimento ocorreu seguindo o tombo dos papéis da Moderna, já que a espanhola fabrica vacinas da empresa americana. Por outro lado o PSI 20 subiu 0,49% em Lisboa, a 6.330,65 pontos, não seguindo a tendência da região. Fora da zona do euro, o FTSE 100 caiu 0 29%, a 8.224,19 pontos, em Londres.

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