Para evitar banimento nos EUA, TikTok pode ser vendido para Elon Musk

Elon Musk, dono de empresas como X e Starlink. Foto: reprodução

Apesar de preferir lutar contra o banimento nos EUA, os controladores do TikTok já trabalham com um plano B: vender a empresa para o bilionário sul-africano Elon Musk. As informações são do site econômico Bloomberg, em matéria desta segunda-feira (13). Musk já é dono da rede social Twitter. Donald Trump, presidente eleito dos EUA, está disposto a adiar o banimento até a resolução do caso pela Suprema Corte.

Conforme a Bloomberg, o governo chinês preferem que o TikTok permaneça sob propriedade da controladora ByteDance Ltd. Porém, em audiência em 10 de janeiro, os juízes da Suprema Corte sinalizaram a manutenção do veto ao TikTok nos EUA. Assim, autoridades chinesas já começaram a debater planos de contingência para o TikTok na gestão Trump – e um desses planos envolve a participação de Elon Musk.

Musk gastou mais de US$ 250 milhões apoiando a reeleição de Trump e foi escolhido para um papel de destaque na melhoria da eficiência do governo após o republicano assumir o cargo. O governo chinês planeja usar a influência de Musk junto ao presidente dos EUA para manter o aplicativo de vídeos curtos funcionando nos EUA.

Em um desses cenários aventados pelo governo de Pequim, o X de Musk — o antigo Twitter — assumiria o controle do TikTok US e administraria os negócios juntos, disseram as fontes da Bloomberg, Com mais de 170 milhões de usuários nos EUA, o TikTok poderia reforçar os esforços do X para atrair anunciantes. Musk também fundou uma empresa separada de inteligência artificial, a xAI, que poderia se beneficiar das enormes quantidades de dados gerados pelo TikTok.

Procurados pela Bloomberg, Musk e o Twitter não quiseram dar entrevista sobre o assunto. Em abril, Musk postou no X que o TikTok deve permanecer disponível nos EUA. “Na minha opinião, o TikTok não deve ser banido nos EUA, embora tal proibição possa beneficiar a plataforma X. Isso contraria a liberdade de expressão e os valores defendidos pelos EUA”, escreveu Musk.

Representantes da ByteDance e do TikTok não quiseram comentar o assunto, assim como a Administração do Ciberespaço da China e o Ministério do Comércio da China, agências governamentais ligadas a esse tema. Para a Bloomberg, “o destino do TikTok pode não estar mais sob o controle exclusivo da ByteDance”.

Desde a eleição de Trump, em 06 de novembro de 2024, “Pequim espera negociações difíceis com o governo Trump sobre tarifas, controles de exportação e outras questões, e veem as negociações do TikTok como uma área potencial para reconciliação”, escreve o site de notícias dos EUA.

Celular com aplicativo do TikTok – Foto: Reprodução

O governo chinês detém uma golden share em uma afiliada da ByteDance que lhe dá influência sobre as operações da empresa. O TikTok afirma que o controle se aplica apenas à subsidiária chinesa Douyin Information Service Co. e não tem relação com as operações da ByteDance fora da China. Ainda assim, as regras de exportação chinesas impedem que as empresas chinesas vendam seus algoritmos– isso dá ao governo voz significativa em um possível acordo.

Valor de mercado

Segundo analistas econômicos da Bloomberg Intelligence, as operações do TikTok nos EUA são avaliadas em cerca de US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões,. “Mesmo para um blionário como Musk, é uma quantia substancial. Musk ainda está pagando empréstimos feitos para comprar o Twitter em 2022 – talvez o governo dos EUA exija que Musk venda partes da empresa”, pondera a Bloomberg.

Já os donos da ByteDance reiteraram a prioridade “em lutar contra a legislação dos EUA que exige que a empresa sediada em Pequim venda ou feche as operações nos EUA devido a preocupações com a segurança nacional”, diz a Bloomberg. Os advogados do TikTok argumentaram que a decisão viola as leis de liberdade de expressão expressas na Primeira Emenda da Constituição dos EUA.

A maioria dos juízes da Suprema Corte sugeriu que “a segurança nacional tem prioridade sobre a liberdade de expressão”, embora ainda não tenham emitido uma decisão formal. Trump assume o poder em 20 de janeiro e tentou adiar a proibição do TikTok – que entra em vigor em 19 de janeiro. Ele disse que quer “salvar” o aplicativo e houve especulações de que ele poderia tomar medidas de última hora para contornar a proibição.

Caso haja a venda da subsidiária norte-americana do TikTok, essa decisão afetaria acionistas na China e nos EUA. “Separar partes da empresa nos EUA do produto em si seria altamente complexo”, argumentam os advogados da ByteDance. A Oracle tem parcerias tecnológicas com o TikTok e até a Microsoft já tentou adquirir a empresa chinesa de vídeos, relembra a Bloomberg.

Uma alternativa para o TikTok seria criar um aplicativo similar com outra marca apenas para uso nos EUA, de forma a driblar a proibição, disse uma fonte à Bloomberg. Outro entrevistado, diz que a estratégia jurídica é lutar contra o banimento. “Os executivos não querem perder o controle do TikTok USA”, diz a Bloomberg.

Por conta dos seus negócios no país asiático – a Tesla tem uma fábrica em Xangai – Elon Musk pode ajudar a resolver problemas comerciais entre as duas maiores potências econômicas do globo. Enquanto Trump tem em sua equipe alguns “falcões” contra a China, como o Secretário de Estado Marco Rubio, Musk se manifestou contra algumas políticas comerciais dos EUA, como as tarifas de importação do governo Biden sobre veículos elétricos chineses.

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