Justiça condena a três anos modelo que desfigurou mulher em restaurante de São Paulo

A Justiça de São Paulo condenou a modelo Fernanda Bonito, acusada de desfigurar uma mulher no banheiro de um restaurante de luxo dentro do Jockey Club de São Paulo, em 2020, a três anos e quatro meses de prisão.

Em julgamento criminal publicado na última quarta-feira (8), a juíza Fernanda Helena Benevides Dias, da 10ª Vara Criminal de SP, entendeu que Fernanda Bonito foi autora comprovada da lesão corporal grave contra a consultora imobiliária Milka Borges, em briga dentro do banheiro do restaurante.

Por ser ré primária, a sentença diz que a modelo deverá cumprir a pena em regime inicialmente semiaberto e poderá recorrer da decisão em liberdade.

A agressão aconteceu em janeiro de 2020, quando a modelo furou a fila do banheiro feminino do restaurante e entrou em luta corporal com a consultora imobiliária Milka Borges, segundo testemunhas ouvidas pela polícia na fase de inquérito.

Após a briga, Fernanda arremessou um copo contra a adversária. O objeto atingiu em cheio o rosto de Milka, que tomou 90 pontos no rosto e ficou desfigurada por meses.

Leia mais:

Prefeitura dá 24h para 99 suspender serviço de moto em São Paulo

Receita revoga ato normativo que modernizava fiscalização do Pix

Mega-Sena: casal luta há 25 anos por reparação de jogo não registrado; idosa de SP vive o mesmo drama

No julgamento, a juíza afirmou que “restou comprovado que quem iniciou a agressão verbal e física fora a ré Fernanda Bonito, que xingou e partiu para cima da ofendida”.

“A vítima estava de cócoras quando atingida por um copo de vidro, de modo que se agressão houve por parte desta, já havia cessado. Portanto, o que teria tido se caracteriza como vingança e não autodefesa”, escreveu.

“A ré agiu por motivo fútil, consistente em negar-se a pegar a fila do banheiro por seu namorado ser o dono do restaurante. Demais disso, atingiu o rosto da vítima, que estava abaixada, pegando seus pertences, agindo, assim, com recurso que impossibilitou a defesa da ofendida. Não bastasse, empregou meio cruel, consistente no arremesso de uma taça de vidro no rosto da vítima”, disse a juíza.

A magistrada também descartou a tese apresentada pela defesa de Fernanda Bonito, que alegava ter agido em legítima defesa, uma vez que teria recebido uma gravata de Milka Borges ao furar a fila do banheiro.

“Ora, incabível se falar em legítima defesa, causa de exclusão da ilicitude que se configura quando o agente, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. A ré pegou um copo da mão do namorado e arremessou no rosto da ofendida. Então, viu o chão todo ensanguentado. Olhou no espelho e viu que seu rosto estava cortado. As meninas que estavam no banheiro passaram a empurrar a porta, porque o namorado da acusada dava ‘bicudas’ na porta”, afirmou.

Na sentença da 10ª Vara Criminal de SP, a juíza não determinou indenização contra Fernanda Bonito. O processo de indenização ainda segue em tramitação na Justiça Cível, onde o dono do restaurante Iulia – Rodrigo Lima, esposo de Fernanda Bonito – também é arrolado.

Na ação, Milka Borges pede o ressarcimento dos gastos de cerca de R$ 800 mil que já teve desde 2020, em despesas com cirurgias, médicos, fisioterapias e outros tratamentos para a devolução dos movimentos do rosto, afetado pelo corte daquela noite de janeiro de 2020.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.