World ID: ANPD apura coleta de íris desde novembro

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) enviou um comunicado à imprensa sobre a coleta de íris da Tools for Humanity, responsável pela World ID. A empresa voltou a virar assunto no Brasil com o crescimento da coleta de íris no Brasil. A ANPD informou que os dados processados pela Tools for Humanity seguem regras mais rigorosas.

O que é a Tools for Humanity e o World ID?

A Tools for Humanity criou o World ID como um serviço de verificação de humanidade. Seguindo a popularização e evolução das IAs, a empresa que tem entre seus fundadores Sam Altman, CEO e fundador da OpenAI, visa criar um cadastro para diferenciar robôs e pessoas.

A ideia é que a íris coletada sirva como prova de humanidade em situações na qual uma IA pode ludibriar alguém. Por exemplo, durante uma entrevista online de emprego o candidato teria que submeter a sua íris a uma análise para garantir que realmente é ele participando, não um deepfake.

Como a Tools for Humanity está formando o World ID?

A Tools for Humanity paga, no Brasil, em torno de R$ 700 para cada pessoa que forneça a sua íris para a World ID. Afinal, ninguém iria até um dos 38 pontos de coleta espalhados em São Paulo para entregar um dado biométrico de graça. O pagamento é feito com a criptomoeda da empresa, que depois é convertida em reais.

No fim do ano passado, a World ID havia coletado 100 mil dados de brasileiros. Segundo uma apuração recente do UOL, esse número já está em 400 mil — com 1 milhão de downloads do app no Brasil. O app é usado para fazer o saque (a conversão da criptomoeda em reais é feita pelo aplicativo World App, assim como o pré-cadastro).

O crescimento dos cadastros reacende o debate sobre proteção de dados, privacidade e uso de dados biométricos por empresas. Isso levou a ANPD a se pronunciar sobre o caso e retorno da World ID ao noticiário brasileiro — ainda mais que em dois meses o número de cadastros quadruplicou.

ANPD se pronuncia sobre o caso

Em nota enviada à imprensa, a ANPD esclareceu que o tipo de serviço fornecido pela Tools for Humanity (processamento de dados pessoais biométricos) integra um regime de proteção mais rigoroso. Assim, há uma limitação das hipóteses legais sobre o tratamento desses dados.

A ANPD também reforçou que a Tools for Humanity segue em processo de fiscalização, aberto em novembro de 2024. O processo está na fase de análise de documentação e pode ser consultado por qualquer pessoa no site do órgão.

A ANPD também destaca que as pessoas devem se informar atentamente antes de cederem dados biométricos para empresas. Entre as recomendações estão a leitura do termo de uso e a política de privacidade, pesquisar a reputação da empresa e avaliar a real necessidade da coleta de dados biométricos.

World ID: ANPD apura coleta de íris desde novembro

Adicionar aos favoritos o Link permanente.