VÍDEO – Trump toma posse nos EUA revogando direitos dos LGBT+ e de imigrantes

Donald Trump volta à Presidência dos EUA. Foto: Carlos Barria/Reuters

O republicano Donald Trump reassumiu, nesta segunda-feira (20), o cargo de presidente dos Estados Unidos com uma enxurrada de ordens executivas que representam uma guinada à extrema-direita sem precedentes.

Entre as principais medidas estão a deportação em massa de imigrantes, o envio de tropas para a fronteira com o México e a recomendação de penas de morte para imigrantes que matem agentes de segurança. Trump também pretende revogar programas de diversidade e atacar direitos reprodutivos e da comunidade LGBT.

A cerimônia de posse foi marcada pela presença de uma nova elite econômica, incluindo Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos, que participaram de eventos ao lado da família do presidente. Durante seu discurso, Trump reafirmou que a “vitória avassaladora” nas eleições de 2024 lhe concedeu um mandato para “reconstruir a América”, justificando medidas drásticas para concretizar sua visão de governo.

Entre as primeiras ordens assinadas, destacam-se dez decretos exclusivamente sobre imigração. Refugiados serão obrigados a aguardar a análise de seus pedidos de asilo fora dos EUA, enquanto autorizações concedidas por Joe Biden a venezuelanos, haitianos, cubanos e afegãos estão sob revisão.

A equipe de Trump também planeja acabar com a cidadania por nascimento para filhos de imigrantes indocumentados e visitantes temporários, uma medida que enfrenta resistência de ativistas e desafios legais.

Em outra medida controversa, Trump pretende designar cartéis de drogas como organizações terroristas, o que permitirá o uso de forças armadas em operações contra eles.

“Nossas forças armadas serão livres para focar naquilo que precisam focar, em nossa única missão, que é vencer e derrotar os inimigos americanos”, disse antes de receber aplausos.

Há também planos para acelerar deportações e construir novas instalações de detenção para migrantes. Segundo Jamil Chade, do Uol, membros do partido republicanos afirmam que o foco inicial será a deportação de cerca de um milhão de pessoas consideradas inelegíveis para permanecer no país.

Na esfera dos direitos humanos, Trump reverteu decisões de Biden que permitiam financiamento a organizações que promovem direitos sexuais e reprodutivos, incluindo aborto. Essa medida pode deixar milhões de mulheres sem atendimento em diversas regiões do mundo.

A comunidade LGBT também enfrenta retrocessos: decretos incluem a determinação de uma definição biológica de sexo para critérios de financiamento e o fim de proteções para estudantes trans. Documentos oficiais também deixarão de incluir termos como “não-binário”.

“A partir de hoje, a política oficial do governo americano é que existem dois gêneros: homem e mulher”, disse o presidente estadunidense ao anunciar que acabará com “a política governamental de fazer engenharia social com raça e gênero em todos os aspectos da sociedade”.

No campo tecnológico, o presidente prometeu blindar redes sociais e o desenvolvimento de inteligência artificial contra regulações. Agências federais também serão proibidas de trabalhar com grupos que combatam desinformação, em uma tentativa de garantir “liberdade de expressão”. Segundo Trump, o termo “desinformação” será banido por ser usado como “ferramenta de censura”.

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