Cobranças, orientações e ajustes: a primeira reunião ministerial de Lula em 2025

O presidente Lula e os ministros na Granja do Torto para a Reunião Ministerial. Foto: Ricardo Stuckert

A primeira reunião ministerial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2025 foi marcada por cobranças incisivas, orientações estratégicas e ajustes na comunicação do governo. Realizado na Granja do Torto, o encontro durou cerca de sete horas e reforçou a necessidade de ações concretas e um planejamento sólido de olho nas eleições de 2026.

“Daqui para frente, nenhum ministro vai poder fazer portaria que depois crie confusão para nós, sem que essa portaria passe pela Presidência da República, pela Casa Civil”, iniciou o presidente. A fala reflete a insatisfação de Lula com o recente episódio envolvendo mudanças no Pix, considerado um dos momentos mais críticos de sua gestão até agora.

Segundo membros do governo, a crise do Pix evidenciou falhas na articulação interna e na comunicação externa. A portaria, publicada ainda em 2024, ampliava a fiscalização do sistema, mas só começou a valer em janeiro deste ano, gerando desinformação e críticas da oposição. Para evitar novos desgastes, Lula determinou centralidade nas decisões e anúncios do governo.

Sidônio Palmeira, novo chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), foi um dos principais destaques da reunião. Em sua primeira participação como ministro, Sidônio recebeu carta branca para organizar e alinhar estratégias de comunicação entre as pastas.

“Nesse mundo de alta velocidade, a informação precisa chegar primeiro à população, antes de chegar a mentira”, disse ele, em referência à necessidade de combater fake news e desinformação.

Veja um trecho da Reunião Ministerial: 

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, reforçou a importância de uma comunicação clara e eficiente. “O clima da reunião foi bom, mas houve uma cobrança explícita por organização e resultados. Cada ministério precisa entregar mais e comunicar melhor”, afirmou.

Outro ponto central do encontro foi a demanda de Lula por ações concretas que impactem diretamente a população. O presidente afirmou que 2025 deve ser o “ano da colheita”, após dois anos de avanços mais discretos.

A cobrança por entregas tangíveis inclui projetos de infraestrutura e políticas sociais que reflitam positivamente no cotidiano dos brasileiros.

Apesar do clima de reorganização, a reforma ministerial não foi discutida oficialmente, embora seja um tema latente no Planalto. “O foco foi cobrar o que foi entregue e pedir um plano até o fim do governo, sem espaços para desvios”, explicou Rui Costa. Nos bastidores, comenta-se que mudanças nas pastas são iminentes, e muitos ministros acreditam que este pode ter sido o último encontro coletivo com o presidente.

De olho em 2026, Lula busca fortalecer a imagem do governo e garantir que suas ações sejam reconhecidas pela população. “Agora chegou a hora da onça beber água”, resumiu Rui, reforçando a necessidade de resultados mais expressivos e alinhados com as expectativas do eleitorado.

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