‘Tergiversação’: entenda o crime supostamente praticado por um dos advogados do caso Igor Peretto

As defesas de dois dos acusados de participação na morte do empresário Igor Peretto, alegam que o advogado Felipe Pires de Campos cometeu o crime de tergiversação. O crime, que consiste no ato de um profissional do direito defender simultaneamente ou sucessivamente clientes em conflito na mesma causa, teria ocorrido após Campos defender uma das suspeitas antes de representar os demais familiares da vítima.

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De acordo com informações publicadas pelo G1, o advogado Leandro Weissman, que atua na defesa de Marcelly Peretto, irmã do empresário morto e uma das suspeitas, revelou que Campos chegou a orientar sua cliente antes de ser assistente de acusação.

Segundo ele, uma troca de mensagens entre sua cliente e o colega de profissão estaria entre as provas citadas. “Aliás, é prova nula e não pode sequer constar dos autos a troca de mensagens entre a acusada Marcelly e seu ex-advogado, referido Dr. Felipe. A conversa entre cliente e advogado é abarcada pelo sigilo profissional”, afirma Weissman.

Quem também se pronunciou sobre o assunto é Mario Badures, advogado de defesa de Mário Vitorino. Para ele, a atitude do advogado resultou na “obtenção de dados para utilização na persecução penal contra Marcelly e em desfavor de Mário”.

O que diz o advogado

Em declaração ao G1, Felipe Pires de Campos afirmou repudiar as acusações e afirmou que adotará medidas cabíveis para responder a elas. Segundo o advogado, desde o início sua atuação foi realizada em defesa dos interesses da família da vítima.

“Ressaltamos que a irmã da vítima foi conduzida à Delegacia a pedido da própria família e por iniciativa dela, que também se identificava como vítima do réu, Mário. Em suas declarações, relatou os fatos tanto a nós quanto aos familiares”.

Segundo o profissional, após a apresentação de Marcelly à delegacia, surgiram indícios quanto a suas atitudes. “Ela então optou por constituir advogado para sua defesa, considerando que nossa atuação sempre esteve direcionada à proteção da vítima”.

Relembre o caso

Igor Peretto foi morto no dia 31 de agosto de 2024, no apartamento da irmã, Marcelly Peretto. Conforme o Ministério Público de São Paulo, o rapaz foi vítima de um plano armado pela irmã, pela viúva, Rafaela Costa, e pelo cunhado, Mario Vitorino, que vivam um “triângulo amoroso”. A acusação ressalta que o crime foi cometido para que eles obtivessem “vantagens financeiras”.

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