O brasileiro reaça achou que escaparia do fascista. Por Moisés Mendes

Donald Trump, recém-eleito presidente dos EUA – Foto: Reprodução

São 11 milhões de pessoas, que Trump define como imigrantes ilegais, as ameaçadas de deportação dos Estados Unidos a partir de hoje. Os brasileiros nessa situação são em torno de 250 mil.

Sabe-se que entre esses 250 mil há apoiadores de Trump e do fascismo. Mas pode? Pode, porque na cabeça de quem entrou como clandestino nos Estados Unidos o problema é sempre o outro, o vizinho, um conhecido ou até um parente.

O sujeito clandestino, nos Estados Unidos e em qualquer lugar, é muitas vezes o primeiro a apontar o dedo na direção de outros clandestinos. É contraditório, é irracional, mas é assim mesmo.

O imigrante ilegal, que torceu por Trump, estava certo de que ele, a mulher e os filhos seriam contemplados por algum benefício especial. Ele achava que iria escapar. E que os outros, sempre os outros, teriam de enfrentar a realidade.

O brasileiro em situação ilegal nos Estados Unidos, em Portugal, na França, em qualquer parte é um sujeito que se acha diferente do resto, que ele não tem o perfil do imigrante que Trump irá perseguir. Mas sabe que tem. É sua formação de negação.

Mas muitos poderão escapar. Trump vai conseguir bater na casa de 11 milhões de imigrantes e empurrá-los para o camburão, para que dali entrem num avião e sejam descarregados em seus países?

Vai ser difícil, mesmo que o terror esteja disseminado para mexicanos, brasileiros e venezuelanos e também para gays, negros e todos os que chamam de diferentes.

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BARRADOS
No meio da tarde já se sabia que Michelle e Eduardo Bolsonaro haviam fracassado na tentativa de entrar no Capitólio para a cerimônia de posse.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. Foto: Reprodução

Ficaram em algum lugar, longe dali, assistindo tudo num telão. Mas a grande imprensa fracassou ao não acompanhar a família Bolsonaro em Washington.

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OS BRANCOS
Vou esperar a opinião do William Waack para o fato de que, numa festa de brancos, os únicos negros visíveis na posse do Trump eram Barack Obama, os cinegrafistas e técnicos das TVs e um pastor reaça.

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EQUILIBRADO
Editorial do Globo sobre o que vem aí:

“Segundo governo Trump exigirá equilíbrio do Brasil”

O que o jornal diz é que Lula, e não o Brasil, deverá ser equilibrado diante de um gângster completamente desequilibrado.

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