Pintor gravou ÁUDIO sobre ameaças de PMs um dia antes de ser assassinado

Aparecido Felix de Souza foi assassinado pela PM um dia após relatar ameaças. Foto: reprodução

O pintor Aparecido Felix de Souza, de 47 anos, enviou um áudio pelo WhatsApp a um familiar, relatando ameaças por parte de policiais militares durante a Operação Verão. Menos de 24 horas depois, Aparecido foi encontrado morto dentro de sua casa, no Guarujá (SP), vítima de disparos de arma de fogo em 22 de março deste ano.

O áudio obtido pelo Uol revela que Aparecido estava abalado com a abordagem policial anterior, em que teria sido intimidado por policiais do 5º Baep (Batalhão de Ações Especiais), de Barueri.

Ele descreveu a situação em que os policiais fizeram ameaças diretas: “Esses caras que me pegou aí, esses caras é ruim, meu (sic). É da Baep, é que nem a Rota”, disse Aparecido no áudio. Ele também mencionou que os policiais revistaram sua casa no dia anterior à sua morte.

Segundo o relato de Aparecido, após a abordagem, os policiais foram até sua residência e reviraram seus pertences. Ele afirmou categoricamente que não possuía envolvimento com atividades ilícitas. “O que o senhor fizer comigo, o senhor vai responder. Eu não devo nada, não”, disse Aparecido no áudio. No entanto, no dia seguinte à abordagem, Aparecido foi morto em sua casa.

Aparecido ainda contou que os policiais tentaram o induzir confessar supostos crimes, como o porte de drogas e participação em facções de crimes organizados, o que foi negado pela vítima na ocasião. “Não tenho envolvimento com ninguém (…) Agora minha vida é trabalho e cuidar da minha vida”, disse no áudio enviado a familiares.

Os PMs envolvidos na ocorrência alegaram ter recebido uma denúncia anônima sobre uma suposta “casa-bomba” na região. No desfecho do incidente, Aparecido foi encontrado com uma arma ao lado do corpo, segundo relatos dos policiais. No entanto, as câmeras corporais dos policiais estavam desligadas durante o ocorrido, dificultando a investigação sobre a dinâmica da ocorrência.

Em resposta, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) emitiu uma nota afirmando que não compactua com excessos e que as denúncias serão investigadas pela Polícia Civil e Militar, com o acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário. A pasta também anunciou que o áudio obtido será submetido à perícia para análise.

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