Inadimplência de consumidores gaúchos cai 2,69% em 2024

Apesar da redução, inadimplência ainda é uma preocupação para 2025 – Fotos: Freepik/Especial

O consumidor gaúcho terminou 2024 devendo menos do que no ano anterior. Entre os devedores, também houve redução na reincidência (aqueles que seguem nos registros de inadimplentes nos últimos 12 meses ou saem e retornam a esses registros neste mesmo intervalo de tempo). O ritmo de recuperação de crédito dos gaúchos, porém, reduziu em relação ao ano anterior. No entanto, ainda é superior à média da Região Sul do Brasil. Os dados fazem parte dos relatórios anuais de inadimplentes e de recuperação de crédito do SPC Brasil, divulgados pela Federação Varejista do RS.

Conforme os registros, houve queda de -2,69% no número de inadimplentes no Rio Grande do Sul em relação a dezembro de 2023. Uma redução superior aos -0,94% verificados na Região Sul. Em todo o país, houve alta de 1,92% nos índices de inadimplentes. A variação de novembro para dezembro, que mostra o retrato mais recente da inadimplência, foi um pouco inferior, de -0,53%, mas ainda melhor do que a média nacional, de -0,27%, no entanto, pior do que o verificado na Região Sul, com queda de -1,13% neste período.

A idade média do gaúcho inadimplente é de 46,4 anos _ a maior parte, 23,43%, têm entre 30 e 39 anos _, e os bancos, em 61,67% dos casos, são os maiores credores dessa dívida, seguidos pelo comércio, que concentra 9,99% das dívidas.

O consumidor gaúcho também fechou o ano, em relação a 2023, diminuindo o número de dívidas acumuladas em -3,86%. Índice também melhor do que os observados na Região Sul e no Brasil, mas com ritmo inferior (-0,16%) na variação entre novembro e dezembro de 20254. Enquanto no Rio Grande do Sul o consumidor inadimplente acumula, em média, 2,131 dívidas, na Região Sul, o volume é de 2,2 dívidas, e no país, a média é levemente inferior, de 2,104 dívidas.

Conforme o levantamento do SPC Brasil, entre os devedores gaúchos, 85,83% são reincidentes, ou seja, não quitaram suas dívidas nos últimos 12 meses (60,39%) ou quitaram, mas acabaram voltando aos registros ainda dentro do intervalo de 12 meses (25.44%). No entanto, houve redução de – 20,01% no volume de reincidentes gaúchos em relação a 2023.

O perfil dos reincidentes coincide com a inadimplência geral no Rio Grande do Sul, com média de 46,2 anos e a maioria (24,52%) entre 30 e 39 anos. Em 53,29% dos casos de reincidência, são mulheres.

Diminui a recuperação de crédito

O endividamento do cnsumidor gaúcho será uma preocupação em 2025

 

O índice corrobora com a observação de que, mesmo com a redução de endividados, os gaúchos têm reduzido o ritmo da recuperação do crédito e quitação das dívidas. O tempo médio de atraso nas contas dos inadimplentes é de 27 meses. Em 38,19% dos casos, são dívidas acumuladas no intervalo de 1 a 3 anos. A dívida média do inadimplente no Rio Grande do Sul é de R$ 4.574,92. Quase metade (44,92%), porém, devem até R$ 1 mil.

Por outro lado, consumidores em quitação de dívidas pagaram, em dezembro de 2024, em média, R$ 3.096,97. Em 51,06% dos casos, o pagamento médio foi de até R$ 500. Conforme a apuração do SPC Brasil, o ano fechou com redução de -7,81% no volume de recuperações de crédito no Rio Grande do Sul. Número negativo, mas superior à média da Região Sul (-8,69%), e levemente inferior à nacional (-7,30%).

Os dados apontam para a diminuição no ritmo da quitação das dívidas, coincidindo com o período de inadimplência dos gaúchos. Em 2024, houve redução de -13,57% por exemplo, entre as pessoas que levaram entre 91 dias e 1 ano para recuperarem o crédito. Houve alta somente entre as pessoas que levaram entre 1 e 3 anos e entre 4 e 5 anos, somando 15,54%, para a quitação dos valores devidos.

Ainda assim, metade dos inadimplentes gaúchos levam até 90 dias para quitar suas dívidas. O tempo médio para recuperação de crédito no Rio Grande do Sul, ao final de 2024, foi de 10,8 meses. A maior parte das pessoas que recuperaram o crédito em 2024 têm entre 50 e 64 anos (24,4%). Em média, este consumidor é mais velho do que o inadimplente, com 51,9 anos. 

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