Quanto custa sonhar alto? Embraer pode tomar decisão “transformacional” de US$ 8 bi

Logo da Embraer

Quanto custa sonhar alto? Esta foi a pergunta que o Bradesco BBI sobre a Embraer (EMBR3), que foi destaque de alta em 2024 no Ibovespa ao saltar cerca de 150%.

De acordo com os analistas, a fabricante de jatos brasileira pode tomar uma decisão transformacional para investir quase US$ 8 bilhões em uma nova aeronave narrowbody até 2027. As aeronaves narrowbody, ou de fuselagem estreita, são aviões comerciais de passageiros com um único corredor central, que são utilizadas para voos de curta a média distância e têm capacidade para cerca de 100 a 200 passageiros.

Este novo projeto pode atingir uma TIR (Taxa Interna de Retorno) de 20% (US$ e em termos reais), adicionando US$ 3,3 bilhões de VPL, ou Valor Presente Líquido (assumindo 75% do projeto).

Os analistas do banco também veem pontos positivos importantes: (i) as receitas podem aumentar em quase US$ 27 bilhões (com serviços), resultando em ganhos materiais de escala com fornecedores; (ii) a Embraer pode ter dois fornecedores de motores para a nova aeronave; (iii) o portfólio de produtos integrados pode colocar a empresa à frente de seus concorrentes; e (iv) pode ganhar em tamanho para desbloquear sua agenda de fusões e aquisições.

Uma das questões é como financiar este projeto minimizando o impacto nas ações.

Na opinião dos analistas, a estrutura de financiamento da EVE, subsidiária brasileira da Embraer que produz aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL), é a resposta.

Segundo a casa, a experiência da Embraer, combinada com o forte comprometimento dos fornecedores, e um número material de pedidos de aeronaves pode reduzir o risco do projeto e facilitar a venda de uma participação minoritária neste projeto. Além disso, a venda de uma participação de 25% no projeto de aeronaves narrowbody pode reduzir o compromisso de capital necessário da Embraer para 9% dos investimentos totais.

O BBI tem recomendação de compra para as ações da Embraer, com preço-alvo de R$ 58, sendo uma das preferidas para 2025 no setor de transportes e bens de capital, junto com a Iochpe-Maxion (MYPK3) e a Marcopolo (POMO4).

Visão positiva segue

O Itaú BBA também reforça a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ADRs (recibo de ações negociado nos EUA), com preço-alvo de US$ 51 (potencial de alta de 23,5% frente o fechamento da véspera).

Os analistas ressaltam para os investidores não terem medo do rali recente dos ativos e apontam que o desempenho nos últimos dois anos (o melhor desempenho do Ibovespa com um retorno de 270%) e reforçam que ainda há uma baixa exposição dos locais ao papel. Segundo eles, o combinado de falta de familiaridade dos investidores com o case e o foco excessivo na Aviação Comercial contribuiu para essa subexposição.

Para o BBA, a expectativa é de uma forte geração de caixa em 2025, com melhorias das margens, apontando que a tese de investimento favorável dos analistas é baseada em pilares que tornam a Embraer mais resiliente e diversificada.

A projeção é de um crescimento anual do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 10%, sendo que esta expansão não depende da recuperação da aviação comercial. Com relação ao múltiplo de EV (valor da firma)/Ebitda: o banco estima um múltiplo de 8,0 vezes o múltiplo futuro de 1 ano, alinhado com a média histórica de 10 anos da Embraer.

Com relação ao fluxo de caixa livre (FCF), o BBA entende que o fluxo de caixa livre deve ser usado para desalavancagem ou dividendos.

Assim, o BBA espera forte geração de caixa e melhoria das margens, marcando a evolução da empresa para um negócio mais resiliente e diversificado. “Apesar do recente rali, vemos uma alta significativa à frente”, avaliam os analistas.

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