Bispa diz que continuará “orando por ele” após ser atacada por Trump

A bispa Mariann Edgar Budde, que foi atacada por Trump. Foto: reprodução

A reverenda Mariann Edgar Budde, bispa da Diocese Episcopal de Washington, nos Estados Unidos, afirmou nesta sexta-feira (24) que continuará orando pelo ex-presidente Donald Trump, mesmo após os ataques feitos por ele ao seu sermão durante uma missa realizada após a posse. Budde, conhecida por sua defesa de valores inclusivos, destacou que seu papel como líder religiosa é promover o diálogo respeitoso e empático, mesmo diante de discordâncias.

“Vou orar por ele. Eu não o considero um inimigo”, disse Budde em entrevista à Associated Press. “Acredito que podemos discordar respeitosamente e expor nossas ideias, sem recorrer à violência verbal”.

Durante o sermão, realizado no dia seguinte à posse de Trump, a bispa fez um apelo direto ao ex-presidente, pedindo misericórdia para comunidades marginalizadas, como imigrantes sem documentação e a população LGBTQIA+.

“Você sentiu a mão providencial de um Deus amoroso. Em nome de nosso Deus, peço-lhe que tenha misericórdia das pessoas em nosso país que estão com medo agora”, afirmou ela, referindo-se à crença de Trump de que foi salvo por Deus durante uma tentativa de assassinato em 2023.

A mensagem não foi bem recebida pelo ex-presidente, que, por meio de sua rede social Truth Social, chamou Budde de “hater radical de extrema esquerda” e classificou o sermão como “chato e sem inspiração”. Trump ainda exigiu que a bispa pedisse desculpas, mas ela recusou, afirmando não considerar necessário.

Apesar das críticas, Budde reafirmou seu compromisso em continuar orando por Trump e por todos que exercem poder político. “A misericórdia e a inclusão são valores fundamentais que devem guiar nossas conversas, especialmente em tempos de polarização política”, ressaltou.

A líder religiosa também é lembrada por sua postura firme em momentos polêmicos do governo Trump. Em 2020, ela criticou publicamente o ex-presidente após ele posar com uma Bíblia em frente à Igreja Episcopal de St. John, um ato que foi amplamente visto como uma tentativa de instrumentalizar a religião em meio a protestos contra a violência policial.

Ao refletir sobre o sermão mais recente, Budde reiterou que sua mensagem de compaixão e unidade busca suavizar a cultura de desprezo presente na sociedade americana.

“A vasta maioria dos imigrantes não é criminosa, mas bons vizinhos e membros fiéis de comunidades religiosas”, disse, destacando que sua pregação visa promover um diálogo mais respeitoso e inclusivo.

A bispa, que lidera a Diocese Episcopal de Washington desde 2011, reforçou que a fé deve ser um instrumento de paz e solidariedade, mesmo em contextos de intensas divisões políticas.

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