Mercado vê meta de inflação descumprida em junho e acima do teto até julho de 2026

Os economistas do mercado financeiro voltaram a esperar que a nova meta contínua de inflação seja descumprida nos seis primeiros meses da sua validade. As medianas do Sistema Expectativas de Mercado, que embasa o relatório Focus, indicam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses vai se manter ininterruptamente acima do teto do alvo, de 4,50%, até julho de 2026.

As projeções do mercado apontam para uma desaceleração do IPCA em 12 meses entre dezembro e janeiro. Até o último dia 17, o mercado esperava que esse movimento fosse suficiente para reduzir a inflação de 4,83% para 4,39%, dando sobrevida à meta contínua. Mas, na última sexta-feira (24), a mediana de IPCA de janeiro passou de zero para 0,12%. Deste modo, a projeção de inflação em 12 meses este mês subiu a 4,52%, acima do teto.

Essa revisão parece refletir a surpresa para cima com o IPCA-15 de janeiro, que subiu 0,11% – acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de queda de 0,01%.

Em vez do sistema vigente até o fim de 2024, que considerava o ano-calendário, a nova meta contínua de inflação leva em conta o IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância, de 1,5% a 4,5%, por seis meses seguidos considera-se que o BC perdeu o alvo. O centro continua em 3%.

As medianas do sistema indicam que, depois de atingir 4,52% em janeiro, o IPCA acumulado em 12 meses vai acelerar a 5,09% em fevereiro, 5,40% em março e 5,54% em abril. Depois, terá um alívio a 5,41% em maio, para acelerar a 5,52% em junho. Com isso o BC vai perder a meta.

As projeções indicam que a inflação continuará acima do teto da meta, e acima de 5%, ao longo de todo o ano que vem. Só em julho o IPCA acumulado em 12 meses cairia a 4,50%, no teto do alvo. Em agosto de 2026, cederia abaixo do limite superior, a 4,46%.

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