Entenda a briga por dinheiro nos bastidores da igreja Bola de Neve

Fachada da igreja Bola de Neve em Balneário Camboriú (SC). Foto: reprodução

A pastora Denise Seixas, ex-esposa do apóstolo Rina, fundador da Igreja Bola de Neve, revelou acusações de irregularidades financeiras envolvendo Everton Cesar Ribeiro, ex-diretor financeiro da igreja e dono da empresa SIAF Solutions, responsável pela gestão financeira da denominação. Segundo o Uol, Denise afirma que há indícios de desvio de dinheiro, o que motivou uma comunicação ao Ministério Público de São Paulo.

A defesa de Denise acusa Everton de agir em conluio com membros do conselho da igreja para assumir o controle administrativo, além de reter documentos e equipamentos da sede. Ela aponta que a empresa de Everton teria retido de 3% a 5% das doações feitas via máquinas de cartão.

Everton rebate as acusações e afirma que a remuneração da SIAF é menor que o padrão de mercado, sendo paga por uma terceira empresa, a Granito Meios de Pagamento. Ele também nega ter retido documentos da igreja, dizendo que o computador citado é de uso pessoal.

A situação se agravou após a morte de Rina, em novembro de 2024. Desde então, Denise busca na Justiça o reconhecimento como presidente da igreja, direito que lhe seria assegurado pelo estatuto em caso de ausência do líder.

Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, mais conhecido como apóstolo Rina, morreu em 17 de novembro. Foto: reprodução

Em meio à disputa pelo comando da instituição, Denise demitiu Everton, mas o conselho deliberativo declarou a decisão inválida, argumentando que mudanças na diretoria exigem aprovação formal.

O conselho também saiu em defesa de Everton, afirmando que uma sindicância interna foi aberta após as primeiras denúncias, sem encontrar irregularidades. Segundo o conselho, o percentual citado pela pastora corresponde ao custo operacional e manutenção do software, adotado em 2018 após um processo de licitação.

Denise, no entanto, contesta a existência de qualquer licitação e afirma que, na época de sua implementação, não foi informada sobre o contrato com a SIAF, apesar de ocupar a vice-presidência.

Everton argumenta que o sistema desenvolvido por sua empresa trouxe eficiência para a administração financeira da igreja, centralizando as arrecadações das mais de 3.000 máquinas de cartão usadas nas filiais. Ele destaca que sua empresa atende outras grandes igrejas e que a exposição das denúncias prejudicou sua atuação no mercado.

O caso segue em segredo de justiça, dificultando o acesso a detalhes das provas. Ainda assim, a disputa tem exposto divergências administrativas e fragilidades na governança da Bola de Neve Church, que conta com centenas de filiais em mais de 30 países.

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