MP denuncia líderes de ONG acusada de criar ‘plano de saúde’ para o PCC

Luciene Neves e Geraldo Salles são presidente e vice-presidente de ONG suspeita de ter ligação com o PCC – Foto: Reprodução

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou 12 pessoas, entre advogados e dirigentes da ONG Pacto Social e Carcerário São Paulo, por suspeita de associação ao PCC. A investigação aponta que a organização criminosa utilizava a ONG para financiar atendimentos médicos e odontológicos a seus integrantes presos, com pagamentos feitos por meio de recursos ilegais.

A Operação Scream Fake, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil, revelou que advogados contratavam profissionais da saúde para oferecer serviços que iam desde implantes dentários até procedimentos estéticos, como clareamento dental e botox, a presidiários da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau.

A investigação teve início em 2021, quando uma mulher foi flagrada tentando entrar na penitenciária com cartões de memória escondidos na roupa. O material continha informações sobre setores internos do PCC, incluindo um braço jurídico chamado “sintonia dos gravatas” e uma estrutura voltada à divulgação de denúncias falsas contra agentes estatais.

O MP-SP afirma que a ONG era usada para espalhar alegações de tortura e abusos nos presídios, com o objetivo de desestabilizar o sistema penitenciário. Além disso, a polícia identificou movimentações suspeitas de R$ 12,5 milhões nas contas de Geraldo Sales da Costa, vice-presidente da ONG, entre 2018 e 2022. Ele e sua esposa, Luciene Neves, estão entre os denunciados.

A operação foi nomeada “Scream Fake” em referência à participação da ONG no documentário “O Grito – Regime Disciplinar Diferenciado”, lançado em 2024. O filme, exibido na Netflix, retrata o impacto da portaria 157/2019, que restringiu contatos de detentos em presídios federais de segurança máxima.

Cartaz do documentário “O Grito – Regime Disciplinar Diferenciado” – Foto: Reprodução

A polícia apura a ligação entre Kauê do Amaral Coelho, apontado como integrante do PCC, e o diretor do documentário, Rodrigo Gianetto. Kauê teria financiado passagens para a Europa ao cineasta. Gianetto, por sua vez, nega qualquer relação com o investigado e afirma que a viagem foi realizada de forma legal.

Conheça as redes sociais do DCM:

⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo

🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.